Jornal Nova Geração

AEDES AEGYPTI

Estrela elabora decreto de situação de emergência em decorrência da dengue

Com mais de 700 casos confirmados da doença, município deve intensificar ações de combate ao mosquito. Entre as iniciativas previstas, aplicação de larvicida com drone nos bairros. Teutônia decretou emergência no início do mês

Município fará aplicação de larvicida contra o mosquito da dengue com uso de drone. (Crédito da foto: arquivo Nova Geração)

O decreto de situação de emergência em decorrência da dengue deve ser publicado nos próximos dias em Estrela. O documento está em fase de elaboração pela Secretaria de Saúde do município devido à quantidade de casos confirmados da doença. São 703 registros ao longo deste ano, mais 350 somente neste mês.

Diante da situação, o município busca intensificar as ações, sobretudo nos bairros com mais casos confirmados. Além do decreto, que deve flexibilizar os investimentos e medidas para combate ao Aedes aegypti, a pasta projeta a utilização de drone para aplicação de larvicida nas localidades.

A secretária de Saúde, Márcia Scherer, explica que as orientações propostas pelo Ministério da Saúde não têm sido suficientes para diminuir a presença do mosquito. O drone agrícola deverá atingir os pontos mais difíceis de serem fiscalizados, como as calhas. O investimento entre equipamento e larvicida deve chegar a R$ 40 mil.

“Esse veneno não afeta a saúde dos animais ou plantas. É uma medida que destrói o sistema digestivo das larvas do mosquito”, esclarece a gestora. As ações de conscientização à população também devem continuar com o mesmo cronograma.

Casos confirmados na microrregião
  • Estrela: 703
  • Teutônia: 213
  • Bom Retiro do Sul: 19
  • Fazenda Vilanova: 7
  • Imigrante: 5
  • Colinas: 3
  • Vale do Taquari: 1.435
    *Dados da
    quinta-feira, dia 25
Em estrela
  • 2021 – 127
  • 2022 – 485
  • 2023 – 919
  • 2024 – 703*
    *até 25 de abril
Casos ativos

Estrela é o município com mais casos de dengue no Vale do Taquari. Diante do aumento expressivo de confirmação da doença, o setor de Vigilância Epidemiológica estima que são 100 pessoas com casos ativos a cada semana. Márcia alerta para a necessidade do uso de repelente.

“Quanto mais temos pessoas doentes, também vamos ter uma taxa mais elevada de mosquitos contaminados. Se o indivíduo que está doente usa repelente, o inseto tem menos chances de picar a pessoa infectada e contaminar outra pessoa”, comenta.

Coordenadora do setor de Vigilância Epidemiológica, Carmen Hentschke destaca que o pico do aumento de casos foi registrado em abril. Com a diminuição da presença do mosquito na cidade, a expectativa é que as confirmações da doença diminuam nos próximos meses.

“Os cuidados em cada residência devem continuar a cada semana. É necessário eliminar criadouros com água parada. A aplicação de veneno não é suficiente se as pessoas deixarem de manter a limpeza. Não adianta matar um mosquito se no dia seguinte nascem dez”, alerta.

Infestação diminui

Diante do número expressivo de casos de dengue no município, a Secretaria de Saúde instalou as “Armadilhas de Ovitrampas” nos bairros da área urbana para avaliar o nível de infestação pelo mosquito no mês de março. Em comparação ao início do ano, a presença do inseto diminuiu quase pela metade.

De acordo com as análises, a infestação pelo Aedes aegypti ficou em 52%. Em janeiro, foi registrado índice de 95% por meio do mesmo método. Ainda que a diminuição chegue a 45%, a presença do mosquito ainda é considerada alta pelo setor de Vigilância Epidemiológica. Foram coletados 1,7 mil ovos, cerca de 1,3 mil a menos em relação ao início do ano.

“Ainda não percebemos a diminuição da confirmação de casos, mas a redução de mosquitos deve resultar nisso. Os insetos que colocam os ovos continuam contaminados e circulando até completar o ciclo de vida, que pode durar até 45 dias”, Carmen.

A partir dos resultados, os agentes de endemia intensificam os trabalhos nas áreas mapeadas. A coordenadora alerta para a necessidade de manter os cuidados contra o mosquito. Segundo ela, o inseto continua em circulação no período de inverno e os ovos das fêmeas podem eclodir dentro do período de um ano. Para acompanhar o ciclo do Aedes aegypti, a armadilha foi novamente instalada nos bairros e os resultados devem ser analisados na próxima semana.

Após óbito

Com 193 casos de dengue confirmados e um óbito, Teutônia segue com ações para o controle do mosquito. Recentemente, o prefeito Celso Forneck decretou situação de emergência. O documento foi publicado após confirmação de morte em decorrência da doença no município, no dia 2 de abril, e se baseia no decreto estadual que foi publicado em 12 de março.

Para o coordenador de vigilância sanitária, Evandro Borba, estar em estado de emergência significa ter facilidade na compra de materiais e contratação de profissionais. “Agora temos mais agilidade, pois muitas vezes o processo licitatório em vias normais é mais demorado e isso dificulta algumas ações”, salienta. Borba destaca que para ajudar no controle do mosquito, são aplicados inseticidas profissionais na parte interna das casas.

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