Como chegou a missão de ser festeiro?
Cedemir Muller – O trabalho comunitário nos exige tempo, mas é algo muito gratificante. Eu relutei muito em aceitar esse desafio, mas to bem feliz com esse período e me engajando muito para dar tudo certo. Na verdade, eu fui criado dentro da paróquia, fui coroinha por muitos anos e participava das missas. Com o passar tempo entrei no mercado de trabalho, casei e tive filhos. Com a vida mais corrida, fui me acomodando em alguns aspectos e me afastei dessas atividades. Passei alguns anos morando fora do bairro, mas ainda comparecia às missas. Quando retornei, fui convidado para ser festeiro, mas sempre botava empecilhos para não aceitar. Neguei o convite diversas vezes antes de aceitar no último ano. Fui amadurecendo a ideia durante esse tempo e hoje tenho a certeza de que continuar esse trabalho é uma prioridade, talvez não como festeiro, mas em outras atividades da comunidade. Sou muito grato por fazer parte disso.
Como funciona a organização da festa?
Cedemir Muller – São alguns meses trabalhando na preparação da festa e teremos o resultado deste trabalho no domingo. Passamos todo esse tempo dedicados a falar com as pessoas da comunidade. Vendemos rifas, que garantem os almoços também. Muitas pessoas ajudam, então nesse momento vemos a força da comunidade. Tudo ocorre em etapas. No início nos dedicamos a angariar fundos ou prêmios para as rifas, depois comercializamos as rifas e divulgamos a festa. Depois vem o momento de buscar alguns patrocínios. E correr atrás dos insumos, contato com fornecedores. E assim tudo funciona, com trabalho voluntário de todos. A comunidade também nos recebe bem e isso ajuda.
O que é necessário para ser festeiro?
Cedemir Muller – É preciso ter força de vontade. Com isso, qualquer pessoa pode assumir esse trabalho, pois não tem necessidade de viver exclusivamente para isso. Eu sou vendedor, representante comercial, tenho uma rotina bastante agitada, preciso estar presente no mercado e prospectar meus clientes. Mesmo com essas demandas profissionais, consegui conciliar com as tarefas da comunidade. São situações que exigem tempo, por isso tem que estar disposto durante a noite ou aos fins de semana. Nesta edição estamos em cinco festeiros, mas todos que podem, auxiliam de alguma forma.
Como é montar a carreata?
Cedemir Muller – Eu sou representante comercial na área de rastreamento veicular. Então eu tenho muitos contatos de empresas e de transportadoras. Quando buscamos contatos com estas empresas, elas se sentem agraciadas com o convite de participar da carreata. Temos um cuidado muito grande para não esquecer ninguém e também um ofício para enviar para cada empresa. Elas são especiais para nós e o sucesso da festa também depende de quem desfila. Tem o veículo que transporta São Cristóvão, o padre e os festeiros, então os transportadores gostam de participar.
O Cafezinho com NG é publicado toda semana no Jornal Nova Geração. Neste espaço, empresários, políticos, lideranças e representantes de comunidades da área de cobertura do semanário destacam experiências e ações nos seus respectivos setores e em benefício de suas cidades.
