Jornal Nova Geração

ENTREVISTA

Cafezinho com NG | José Itamar Horn, o Bitti

José Itamar Horn, o Bitti, fala sobre o FestiRock, festival de rock que ajudou a criar nos anos 1990

Foto: Marcelo Grisa

Como foi a criação do FestiRock?
Bitti – Sempre gostei de rock. Antigamente eu não tinha condições de comprar um disco ou um toca fitas e eu ia escutar na casa dos amigos. Pink Floyd foi minha primeira adoração. Aí comecei a tocar bateria com19 anos. Mas rock não dava dinheiro. Aí eu comecei tocando rock com os amigos, mas o financeiro, que era importante, não se ganhava como se ganha hoje também.
Toquei em banda de bailes por 20 anos. Eram todos os sábados. Às vezes era sexta, sábado e domingo. Sem faltar um compromisso ou um ensaio.
Bom, quando eu parei de tocar, que eu já estava esgotado, me veio o convite para ser secretário da Smel, foi também que eu tinha amigos mais jovens mais que eu e que tinha bandas em estrela. Eu disse: “Vou fazer um festival de rock ainda.” Daí veio a ideia para o que veio a ser o FestiRock. Mas eu não tinha onde fazer isso. Comecei então na Praça Henrique Roolart, que tinha um espaço aberto, hoje mais ocupado com Feira do Produtor e a Casa do Artesão. Fiz um uma pista de bicicross, aproveitei e fiz um palco e comecei a fazer o festival lá. Foram dois anos de FestiRock na época, retomados agora na gestão do Joel Mallmann.

Você ainda toca, está na ativa. Como isso te impacta?
Bitti – Eu, com os meus 72 anos, ainda toco rock’n’rool. Voltei a tocar aquilo que eu queria, que eu gostava. Inclusive, é claro,
Pink Floyd. Então, com a banda Sputnick, a gente consegue se apresentar em várias atividades. Mesmo os outros sendo mais novos que eu, somos chamados de dinossauros no rock.
Eu dou graças a Deus, porque quando recebi o convite eu estava em uma situação precária. Tenho parkinson há 14 anos. Estava numa situação pior do que hoje. Tenho certeza que a música me ajudou. Eu sento na bateria, e eu me sinto outro. Eu esqueço. Para quem tem parkinson eu digo: tem que se ocupar. Tem que tentar se ocupar e nao pensar no ruim, pensar no lado bom da coisa. Eu gosto de ensaiar, eu vivo pedindo para ensaiar. Eu, como baterista e pessoa com Parkinson, mesmo não podendo fazer certos movimentos, digo para os caras que quero continuar. Não posso parar. Meu tempo é curto e eu quero aproveitar. Eu voltei a tocar aquilo que eu queria na minha juventude. Posso fazer coisas hoje que eu queria na juventude e que eu adorava.

Agora há um projeto de lei para que o seu nome seja dado a uma praça aqui em Estrela. Como se sente com isso?
Bitti – Eu confesso que eu fiquei muito surpreso com a sugestão da prefeitura. Sempre fui muito crítico aos governos também. Antes de ser secretário, eu tinha uma coluna no Nova Geração e eu não poupava ninguém. Então quando o prefeito Elmar me chamou para avisar que esse projeto seria feito, ele inclusive disse para eu trazer a minha esposa junto. Eu achei estranho porque imaginei que normalmente o prefeito iria querer falar comigo por conta de algo que eu disse numa rede social.
Acho que é uma consequência de ser uma pessoa preocupada com Estrela. Eu fazia 24 eventos no ano quando era secretário. Hoje em dia, eu falo não só na internet. Esses tempos estava passando pela pista de bicicross e tinha um cara andando com uma motocicleta. Cheguei a perguntar pra ele: “Olha, tu tá vendo placa aqui dizendo que é uma pista de motocross?” Ele iria estragar o lugar. Eu acho que são essas pequenas coisas que fazem isso.
Ah, e é muito, muito importante, muito bonito receber isso em vida. Afinal, a gente não leva nada mesmo.

O Cafezinho com NG é publicado toda semana no Jornal Nova Geração. Neste espaço, empresários, políticos, lideranças e representantes de comunidades da área de cobertura do semanário destacam experiências e ações nos seus respectivos setores e em benefício de suas cidades.
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