Como você chegou ao cargo de presidente?
Marco Weber – Fui convidado pela comunidade para fazer parte da associação e atuava como conselheiro da diretoria há algum tempo. Em 2019, ocupava o cargo de vice-presidente. O presidente da época precisou de mudar para outra cidade, por questões profissionais, e ainda faltava um ano de mandato. Em situações como essa, o estatuto prevê que o vice deve assumir a presidência, e assim dei continuidade aos trabalhos. Com novas eleições em 2020, montei uma diretoria para concorrer e estamos à frente da instituição até hoje.
Quais são os méritos da sua gestão até o momento?
Marco Weber – Investimentos na atuação dos profissionais e na qualificação das equipes. A instituição esteve em um momento muito complicado em 2019, com muitas dívidas. Devido a isso, fizemos uma operação de crédito para saldar dívidas que existiam há cerca de cinco anos e que inviabilizaram o funcionamento do hospital. O hospital foi nosso paciente, mas conseguimos colocar ele em uma situação segura. Somos uma instituição filantrópica, não visamos lucros. Mas sem um resultado operacional positivo, os negócios não funcionam. Atualizamos o planejamento estratégico, em 2022, mobilizamos pessoas da comunidade e associados e definimos que a associação tem negócios. O Hospital Ouro Branco, Laboratório Ouro Branco e adquirimos farmácias que pertenciam a Languiru, que agora se chamam Farmácias Ouro Branco. Temos um diretor executivo que faz a gestão desses negócios.
Qual é a maior necessidade da Abob hoje?
Marco Weber – Fortalecer e consolidar o modelo de gestão e governança que implantamos. Todos os projetos do hospital devem estar focados na sustentabilidade econômica e financeira. Não admitimos mais atividades que sejam deficitárias, buscamos organizar e avaliar essas ações. Hoje, 83% dos atendimentos são feitos via SUS, mesmo que contratualmente esteja especificado 60%. Portanto, temos que cobrir a viabilidade operacional. Atendemos 24 horas por dia, sete dias por semana. Trabalhamos em um projeto para elevar o nível do Hospital para a alta complexidade, com instalação de UTI. Também buscamos a Acreditação ONA que é uma certificação que busca promover a qualidade e a segurança do paciente.
Importância da associação para a comunidade?
Marco Weber – A associação é uma instituição de terceiro setor e funciona com o engajamento das pessoas. Esses integrantes têm que ser participativos, desapegar do individualismo e trabalhar pelo coletivo. É necessário gostar do que faz, porque devemos elevar isso ao interesse público. A participação da comunidade é muito importante, porque ouvimos dessas pessoas quais são as principais demandas. O hospital é um ente vivo dentro da nossa comunidade. Registramos mais de 33 mil atendimentos/consultas em 2022. Então temos que ser um hospital resolutivo, que atenda às necessidades das pessoas que buscam o atendimento hospitalar.
Quais são as qualidades necessárias para um bom gestor, na sua opinião?
Marco Weber – Ter interesse coletivo e um propósito. Pegamos uma instituição insustentável. Para melhorar esse processo, é necessário assumir responsabilidades de forma voluntária. Fizemos operações de créditos, participamos de reuniões com diversas empresas apoiadoras da causa coletiva. É preciso ter segurança profissional no que se faz, conhecer o negócio e formar equipes produtivas. No início, percebemos uma dificuldade em fazer com que as pessoas compreendessem nossa atuação, hoje as pessoas procuram se associar. Temos um sentimento de estar contribuindo com isso.
O Cafezinho com NG é publicado toda semana no Jornal Nova Geração. Neste espaço, empresários, políticos, lideranças e representantes de comunidades da área de cobertura do semanário destacam experiências e ações nos seus respectivos setores e em benefício de suas cidades.
