Jornal Nova Geração

ENTREVISTA

Cafezinho com NG | Padre Marquinhos

O padre Marcos Leandro de Oliveira, conhecido como padre Marquinhos, conta sobre sua trajetória no município de Bom Retiro do Sul e a emoção de ter recebido o título de "cidadão bom-retirense".

Foto: Karine Pinheiro

Como você se sente em receber essa honraria do município?
Padre Marquinhos – Foi algo que me pegou de surpresa. Na verdade, receber um título de cidadão honorário é algo que não esperamos. Sempre fiz o meu serviço com carinho pela comunidade e ganhei esse reconhecimento. É uma homenagem linda. As pessoas olham nosso trabalho e sabemos que estamos indo pelo caminho certo. Sou natural de Montenegro e cheguei em Bom Retiro no dia 4 de janeiro de 2014. É uma jornada de quase 9 anos. Tenho uma caminhada muito bonita.

Como você define sua atuação em Bom Retiro?
Padre Marquinhos – Eu divido a minha estadia aqui entre em duas partes: antes e depois de uma depressão. Tive uma depressão muito profunda há uns anos. Eram muitas coisas acontecendo e tinha que dar conta do serviço. Teve um ponto culminante, que foi quando anunciei minha saída e revelei que estava passando por um período depressivo. Depois disso, a comunidade me abraçou e cuidou de mim. Foi muito mais fácil superar. Tive um carinho muito grande da comunidade. Geralmente são os padres que cuidam. Nesse momento, a população cuidou.

O que um representante da comunidade deve ter?
Padre Marquinhos – Temos que ir além da religião. Tem que ter carinho e empatia, saber se colocar no lugar do outro. Depois da depressão, eu consigo aconselhar e acolher melhor as pessoas que vêm até mim. Então, eu penso que um líder comunitário, ele precisa ter empatia. Nosso povo é muito diferente. Tem pessoas de todas as idades, tudo que é história, de todos os cantos. Cada um tem algo pra somar.

Como foi sua passagem pela cidade?
Padre Marquinhos – Alguém me disse que quando anunciei a saída, algumas pessoas, inclusive as crianças, choraram. Conquistar o carinho das crianças é muito bom. Isso não tem preço. Acho que o grande marco da minha passagem por Bom Retiro é o carinho das crianças e jovens e, com certeza, a quebra de paradigma. Todo mundo espera a figura de um padre no canto dele. Aí chega um padre escutando rock, jogando videogame, um cara que senta ali com a gurizada. E Jesus é o grande modelo disso, porque ele andava no meio do povo, ele estava com as pessoas. Então o padre tem que estar no meio do povo.

Como é sua relação com a música hoje?
Padre Marquinhos – Eu gosto muito de música. Antes de seguir no seminário, eu estudava muito sobre isso. Música é uma coisa que me preenche, que mexe com um sentimento muito profundo, me faz dar risada. Me ajudou muito em momentos difíceis. Hoje, além dos momentos que eu tenho com o coral da igreja, que são muito bons, também tenho uma banda com outros padres. Nós tocamos em alguns bailes. Continuo estudando sobre isso, leio e rezo em cima disso.

O Cafezinho com o NG é publicado toda a semana no Jornal Nova Geração. Neste espaço, empresários, políticos, lideranças e representantes de comunidades da área de cobertura do semanário destacam experiências e ações nos seus respectivos setores e em benefício de suas cidades.
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