Jornal Nova Geração

ENTREVISTA

Cafezinho com NG | Thamy Souza

Thamy já tinha envolvimento com a AMBI, mas enchente a inspirou a agir de forma mais direta junto à comunidade

Foto: Arquivo Pessoal

Como é tua história de envolvimento com a AMBI?
Thamy Souza – A gente se envolveu porque meu marido já trabalhava com alguns membros da diretoria da AMBI. Na sexta-feira, dia 8 setembro, fomos para o salão da associação. Limpamos e ajudamos a preparar o salão. No sábado pela manhã começaram a chegar as doações. Muitas pessoas têm coração bom. A solidariedade nos impressionou. A gente fez por querer ajudar, não pela prefeitura. Assim a gente começou. Sem todas as pessoas que doaram e nos apoiaram, esse trabalho não daria certo.

O que uma pessoa precisa para trabalhar em uma associação de bairro, na sua opinião?
Thamy Souza – Precisa ter vontade de querer ajudar. Precisa querer, gostar. Tem que estar lá sempre, participar de todos os eventos. Hoje, temos espaços de lazer para o pessoal jogar vôlei, o campo e as festas da comunidade. Não acontece de um dia pro outro. Todas as pessoas envolvidas têm que gostar muito e correr atrás. Isso não aparece. É árduo, corrido, mas quem faz, faz porque gosta.

Você esteve envolvida com o trabalho de assistência aos atingidos pela enchente Como era a rotina de vocês?
Thamy Souza – No sábado, abrimos as portas e esperamos, com café, as pessoas para retirarem as doações. A gente montou cinco mesas. Por volta das 10h, a gente precisou abrir mais espaço, porque chegavam muitas doações e mais voluntários. A gente foi de caminhonete entregar água e levar alimento para as pessoas que não tinham como chegar.
Foi um mutirão do bem, sabe? É gratificante ver que ainda tem muitas pessoas boas neste mundo.
Na primeira semana, foram cerca de 8 mil refeições servidas para ajudar um pouquinho, pelo menos, e acalentar a dor dessas pessoas.
Na segunda semana, a gente ficou ali com o café. Eram menos voluntários. A retirada de doações continuou, com roupas, móveis e materiais de limpeza. Eu era uma pessoa que chegava ali 7h15 e só saía quando fechava. Ali, eu descobri uma força que eu não sabia que tinha, de poder ajudar as pessoas. Sempre que puderem ajudar o outro, se colocar no lugar do outro, se coloquem. Às vezes, a gente acha que não tem força para fazer, né? Mas Deus te dá forças.
Acho que essa força que nós, voluntários, tivemos para auxiliar é uma força pequena perto da que essas pessoas precisam ter para seguirem em frente.

Como você classifica hoje a situação do bairro das Indústrias?
Thamy Souza – Hoje, o bairro das Indústrias ainda é uma cena triste de olhar. Restos de casas que ainda precisam ser retirados, muito entulho. Mas tem muitas pessoas reconstruindo. A gente continua tentando ajudar da melhor forma. Não temos mais o ponto de distribuição, mas quando chega uma doação, encaminhamos para as casas de pessoas que ainda precisam. Peço que as pessoas continuem tendo força para seguir em frente. Dias melhores virão. O nosso Vale, a nossa Estrela, o nosso bairro das Indústrias não voltará a ser como antes. Que a cidade e os bairros voltem a ser pelo menos 50% do que já foram.

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