Jornal Nova Geração

DOS BLOCOS ÀS ESCOLAS

Carnaval: festa da diversidade e da autoestima

Conheça as histórias que fazem parte da manifestação cultural de Estrela

Natural de Estrela, Adriana da Silva Vidal seguiu os passos do pai e fez, da rua, o palco para desfilar no Carnaval. Com 17 anos, participou da Escola de Samba Protegidos da Princesa Isabel, em Nova Hamburgo, entidade em que foi rainha e passista. Ao retornar ao Vale, iniciou a trajetória no Renascer do Samba. O bloco, fundado em 2010, surgiu através de conversas de bar, entre amigos que simpatizavam com a festividade popular. Em 2019, se tornava escola de samba e percorria cidades da região, para levar diversão, amor e cultura.

Inicialmente foi mantido a ala de camisetas e as fantasias e carros alegóricos eram feitos pelos componentes da escola. No último desfile antes da pandemia, 170 pessoas entre estrelenses e munícipes de outras cidades percorreram o Calçadão. Conforme Adriana, que além de carnavalesca é presidente da Renascer do Samba, esses três anos sem comemorar a festividade foram complicados. “Falo para as meninas ligarem o som pra tirar a ferrugem, nosso samba precisa ser ensaiado para o retorno, quando tiver”, aponta.

Para ela, carnaval não é uma simples festa, é um evento cultural, uma manifestação em que todos trabalham para aumentar a autoestima da comunidade. “Meninas e mulheres que estavam a quem da sociedade, ali elas se sentem bem porque mostram uma arte que é delas. Samba não é algo que a pessoa possa se envergonhar. É um evento que a prefeitura se empenha para fazer em benefício das pessoas que não tem acesso e só assim tem a possibilidade de ver um espetáculo”, afirma.

Neste ano, vídeos serão preparados pela escola para motivar os carnavalescos. Já para 2023, o que se espera é o retorno do evento. “Queremos vir com tudo. Em 2022 já estávamos com mil ideias, mas ano que vem queremos colocar em prática o tema “era uma vez em Estrela”. Vamos trazer todos os contos de fada para a avenida do município. Será o maior espetáculo já visto”, ressalta.

Carnaval Infantil

Por muitos anos a Sociedade Rio Branco promoveu no município o Carnaval Infantil. A secretária da entidade, Maria Helena Carvalho, lembra que, quando começou a trabalhar ali, antes de 1999, já existia o evento. De acordo com ela, o evento era muito procurado na região. “Vinham muitos pais com os filhos e os avós com os netos. Tinha dj que tocava as marchinhas da época. O concurso de fantasia era o auge do evento. Haviam jurados e o prêmio era um vale-compra da Livraria Armazém.”

O Carnaval Infantil não é feito há dois anos, em virtude da covid-19. “Estávamos pensando em realizar em 2022, mas com o aumento de casos, descartamos a possibilidade. O nosso público são crianças e poucas foram vacinadas. Pretendemos retornar em 2023”, frisa.

Evento aguardado

A corretora de Imóveis, Fernanda Oliveira Villela, 32, participava do Carnaval Infantil junto com o irmão Lucas. A primeira vez foi no ano de 2000 e as fantasias eram de Odalisca e Batman. “Lembro que era um evento muito aguardado por nós e nossos amigos da época. Planejamos junto com meus pais a roupa que iríamos usar. Eles sempre nos incentivaram a participar deste evento”, pontua.

Fernanda diz que adorava dançar e brincar, mas não participava das competições de melhor fantasia. Diferente do irmão, que sempre foi desinibido e no ano de 2002 ganhou o prêmio. “Naquele ano ele estava fantasiado de vampiro. Inclusive, os meus pais até hoje guardam a matéria do jornal que mencionou o meu irmão como um dos ganhadores”, lembra.

Conforme a corretora, era uma festa divertida e familiar, no qual ela guarda ótimas recordações. “Agora que sou mãe, quero poder proporcionar essa mesma experiência que tive durante a minha infância com a minha filha, assim que tudo isso passar”, finaliza.

Retomada

Desde o século XIX já se tinha notícias de grupo carnavalesco. Escolas de samba e blocos surgiram, sendo que 2011, depois de uma longa parada de, quase 10 anos, foi marcado pelo retorno da festividade em Estrela. Segundo a secretária de Cultura e Turismo da época, Belkis Carolina Calsa, foi um sucesso de público. “Tinha sido televisionado e os estrelenses compareceram em massa, mais de 4 mil pessoas tomaram o calçadão para vibrarem na festa de Momo”, lembra.

Segundo ela, o Bloco Renascer do Samba, do Bairro Imigrantes, sob a batuta do então Presidente Jair Rodrigues da Silva, foi convidado para abrilhantar o evento. “O planejamento iniciou no inverno do ano anterior. Os recursos eram mínimos, mas o suficiente para garantir uma boa festa popular, em 2011”, conta.

Já para 2012, a pasta investiu em coreógrafa e designer de moda para as fantasias. “Foi uma multidão para a rua, surpreendendo positivamente o comércio local, que vendeu lanches, refrigerantes e água acima da expectativa. Carnaval de rua, ao estilo feito na época, teve a finalidade de divertir a população de forma gratuita”, aponta.

A reportagem completa você confere na edição desta sexta-feira, 25, do Jornal NG.

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