Jornal Nova Geração

ESTRELA

Cartas que inspiram e trazem esperança para o Natal

Conheça a história escrita em 2005 que recebeu prêmio estadual. Além disso, ação da comunidade garante presentes para crianças em situação de vulnerabilidade

Em 1930, Ladislau Loposzinski deixou mãe, pai e irmãos na Polônia e desembarcou no Brasil. No início, recebia cartas com notícias dos familiares. Com o caos da 2ª Guerra Mundial, as correspondências cessaram. Em 1950, aconteceu um “milagre”. Depois de cerca de 5 anos sem receber notícias, uma carta com foto dos familiares foi entregue a ele no dia 25 de dezembro. O conteúdo trazia a morte do pai e do irmão durante a guerra. E tal fato transformaria o natal da família.

Os natais sempre foram motivo de celebração para os cinco filhos do polonês, principalmente Voní Loposzinski, hoje com 76 anos. Ela lembra que uma árvore de Natal era montada com doces e, no presépio, sempre havia uma carta junto com a imagem de Jesus. E a música “Noite Feliz” soava pela casa, localizada em Lajeado.

Voní conta que na época, ainda criança, lembra que o homem beijou por inúmeras vezes a imagem e colocou debaixo do pinheirinho. A mente infantil dela e dos irmãos estava confusa. Não sabiam distinguir quem era o personagem principal da noite: o menino Jesus ou a fotografia vinda da Polônia. Naquele Natal, a tradicional música foi entoada de forma diferente: com alegria, esperança e amor.

Premiação estadual

A história, que é verídica, foi selecionada no prêmio estadual “Minha História de Natal”, em 2005. Entre 4 mil textos, ficou em 12º lugar. Conforme Voní, foi entregue uma cesta na época, mas o presente mais importante, para ela, foi o reconhecimento do trabalho como escritora. Oito livros já foram produzidos por ela.

“Sempre gostei e quis participar da competição. A votação ocorria por meio da comunidade, que ligava para o concurso e dizia qual a história mais gostou. Foi uma surpresa e alegria muito grande. Um marco para Estrela. Eu pude presentear a minha cidade”, afirma.

Recordação de Natal

Voní destaca que o Natal significa recordar a infância. É momento de amor, mas também de saudade pelos que partiram. Todos os anos a família se reúne. O pinheiro segue enfeitado com luzes, imagens dos netos e o presépio. “A casa sempre fica cheia de presentes. Continuamos cantando Noite Feliz. É uma música muito profunda, nunca deixaremos de cantar. Em qualquer momento mexe com a gente e traz recordações”, destaca Voní.

Carteiro de Natal

A contadora de histórias do Arte na Escadaria, Cleria Elvira Sulzbach, se transformou em uma ajudante de Papai Noel em dezembro. Vestida de “carteira”, distribuiu cartas de crianças em situação de vulnerabilidade com o intuito de arrecadar presentes. A ação iniciou em duas escolas municipais, com ajuda de quatro professoras.

No total, o projeto Carteiro de Natal recebeu 88 cartinhas que precisavam ser adotadas e distribuídas. Entre os pedidos estavam brinquedos, materiais escolares e roupas. Conforme Cleria, as pessoas se solidarizaram e os presentes logo chegaram na casa e no trabalho dela. A entrega foi feita durante a Noite do Pijama da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Ruth Markus Huber e na residência dos alunos. “Fomos em mais de 40 endereços. Tudo isso só foi possível, porque se criou uma corrente de solidariedade e amor. Muitas pessoas trabalharam para que esses sonhos se realizassem”, afirma.

Para o próximo ano, a contadora de histórias já pensa em outras ações. “Ver o brilho no olhar das crianças, a felicidade e a alegria em ter a cartinha lida e o desejo realizado foi emocionante. Que possamos fazer cada vez mais a diferença na vida das pessoas. É uma forma de inspirar e estimular a comunidade a também fazer o bem”, frisa.

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