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ESTRELA

Centro de referência atendeu cerca de 150 mulheres em 2022

Busca por acompanhamento quase dobrou após a criação do Cram. Serviço é porta de entrada para atendimento às vítimas de violência doméstica

Espaço funciona de segunda a sexta-feira, no centro da cidade (Foto: Karine Pinheiro)

A criação de um Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) no município possibilitou que vítimas de violência doméstica se sentissem mais seguras em buscar suporte especializado. Desde a inauguração em março, o número de casos atendidos quase dobrou em relação ao ano anterior.

Ao longo de 2022, cerca de 150 mulheres receberam suporte psicológico, jurídico e assistência social, bem como passaram por oficinas e atividades oferecidas pela rede de proteção. Até a criação do espaço, os atendimentos eram feitos pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Em 2021 e 2020, foram registrados 76 e 89 casos, respectivamente.

A coordenadora do Cram, Ioná Carreno, atribui o aumento dos casos a diversos fatores. Ainda que o trabalho seja feito em conjunto com outros setores da rede de atendimento da administração municipal, na avaliação dela, a procura cresceu pelo fato de ter a palavra “mulher” na descrição do serviço.

“Na primeira semana em funcionamento já tivemos casos e esses números se mantiveram ao longo do ano. Isso também é resultado de um período em que as medidas sanitárias foram flexibilizadas e as pessoas começaram a sair de casa, portanto, nos procuraram. Fomos às comunidades oferecer o serviço para que conheçam e saibam que tem um centro especializado no atendimento à mulher”, destaca Ioná.

Ciclo a ser rompido

Além do suporte oferecido, o objetivo é romper o ciclo de violência doméstica. Durante a semana é oferecido oficinas com foco na recuperação da autoestima para as mulheres atendidas pelo Cram. Atividades como artesanato, passeios, cursos de automaquiagem e culinária, bem como o incentivo à leitura ocorreram em 2022. A coordenadora destaca que o acompanhamento é contínuo e que a vítima pode frequentar enquanto achar necessário.

“Apesar de sermos um serviço de média complexidade, é um espaço aberto. As mulheres são acolhidas. Quando se sentem mais seguras, são encaminhadas para as oficinas. Elas podem comparecer quando quiserem, é um espaço aberto e destinado à elas”, afirma a gestora do Cram.

Durante o primeiro contato da vítima, a prioridade é fazer a escuta pelas profissionais do Cram e avaliar o panorama da situação. Após isso, cada caso é trabalhado de forma individual e de acordo com as necessidades de cada mulher. Além da coordenação, hoje o centro de referência conta com psicóloga, assessora jurídica, assistente social e oficineira.

Este é o 25° centro especializado no RS e o segundo em funcionamento do Vale do Taquari. O Cram funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30min e das 13h30min às 17h na Rua Tiradentes, 478, ao lado do Creas.

Número de casos

  • 2020 – 89*
  • 2021 – 76*
  • 2022 – 150

*Atendimentos feitos pelo Creas

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