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TEMPO NO VALE

Chuva deixa região em alerta para risco de cheia

Meteorologia espera precipitações de até 200 milímetros entre hoje e amanhã. Com o acumulado do fim de semana, Defesa Civil acompanha situação e não descarta nova cheia. Episódio dos dias 4 e 5 de setembro destruiu aparelhos de monitoramento remoto

Crédito da imagem: Mateus Souza

O volume de chuvas previstos para hoje pode trazer um novo episódio de inundação para o Vale. Conforme o meteorologista da Sala de Situação do Estado, Lucas Fagundes, a previsão é que as precipitações entre Noroeste, Centro e região dos Vales possam chegar a 200 milímetros.

No Vale do Taquari, a chuva começou no sábado. A situação alerta autoridades e a comunidade devido ao trauma dos dias 4 e 5 de setembro. O engenheiro hidrólogo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Franco Buffon, esse total de chuva é possível de acontecer. “Não podemos descartar. Mas vai depender da forma com que a chuva vai se materializar. Se for de maneira rápida e intensa, a resposta pode ser mais crítica do que se ocorrer mais espaçada ao longo do dia.”

As duas réguas de monitoramento remoto do CPRM se perderam na enchente passada. O monitoramento atual é feito nas réguas físicas, a partir de trabalho das defesas civis dos municípios. Equipes estão em campo para a reconstrução, em primeiro momento da régua de Encantado e posterior a de Estrela. Contudo, ainda não há previsão de quando os trabalhos serão finalizados.

Diante do alerta de chuva com volumes que podem chegar a 200 milímetros entre hoje e amanhã, técnicos do CPRM ampliam a atenção à bacia hidrográfica do Taquari. O trabalho consiste em boletins de risco a partir de dados das áreas de cabeceiras a fim de alertar as autoridades sobre o potencial de inundação.

Volume de água nas cabeceiras

Nas cabeceiras do Taquari, nos rios Carreiro e Antas, o volume de água exige acompanhamento. Pelos dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Cotiporã, até as 15h de ontem, o total passou dos 50 mm. Pela cidade passa o Rio Carreiro, um dos principais afluentes do Taquari. No início de setembro foi um dos principais vetores da inundação. O volume de água entre os dias 2 e 5 chegou a 205 mm.

Até então, diz a Defesa Civil, as chuvas dos últimos dias trouxeram pouco impacto sobre o nível do Rio Taquari. Pela medição no porto de Estrela, a água chegou a 15 metros no domingo. Esse número equivale a cota de atenção. Porém, ao longo do mesmo dia, começou a baixar. Na manhã de ontem, estava em 14,30 metros.

Super El Niño

O último episódio de El Niño foi registrado em 2015. No período, os acumulados de chuva de junho a setembro superaram os 1,1 mil milímetros, mais que o dobro da média para o período.

Com o aquecimento do Pacífico, o padrão climático muda em diversas partes do mundo. No sul do Brasil, se percebe volumes de chuva mais elevados, enquanto o Centro e o Nordeste sobre com estiagens e muito calor.

De acordo com o Núcleo de Informações Hidrometeorológicas (NIH) da Univates, há um risco iminente de mais cheias no Vale do Taquari neste mês, também em outubro e novembro. Pelo acompanhamento da equipe técnica, todos os eventos de Super El Niño (1940/41, 1972/73, 1982/83, 1987/88, 1991/92, 1997/98 e 2015/16) trouxeram períodos chuvosos extremos com grandes inundações.

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