Jornal Nova Geração

PREVENÇÃO

Combate aos golpes digitais requer atenção da comunidade

Ocorrências por perda de dinheiro ou objeto em golpes feitos de forma online aumentam na região. Para as autoridades, a dificuldade no combate a esse tipo de crime está em conscientizar a população sobre os perigos nos ambientes virtuais

Autoridades destacam a importância de desconfiar de grandes promoções ou proposta de dinheiro fácil (Imagem ilustrativa)

Uma moradora de Lajeado perdeu mais de R$ 21 mil em estelionato virtual ontem, 21. Na segunda-feira, 19, outra lajeadense perdeu R$ 3,3 mil na tentativa de comprar motocicleta por meio de anúncio em rede social.

No mesmo dia, outra vítima acreditava que falava com representante da agência bancária vinculada à sua conta e perdeu R$ 3,2 mil.

Os casos dos últimos dias em Lajeado fazem parte da nova realidade brasileira, em que os criminosos não precisam sair de casa ou usar de violência para cometer o delito. Desde a pandemia, com o avanço de recursos digitais para pagamentos, o número de estelionatos digitais não para de crescer.

Até maio deste ano, Lajeado contabiliza 409 crimes por estelionato – o que inclui os não digitais – contra 28 furtos, segundo os indicadores criminais da Secretaria de Segurança Pública do RS. No mesmo período do ano passado, eram 386 estelionatários. A dificuldade em combater o problema está em conscientizar a população sobre os perigos online.

Conforme a delegada Shana Luft Hartz, titular da 19ª Delegacia de Polícia Regional de Interior (19ª DPRI), o estelionato é um crime que só acontece com a distração da vítima. “Para combater, precisamos da ajuda das pessoas. Por isso focamos na prevenção. A gente descobre quadrilha, prende pessoas, mas o estelionato não envolve violência e por isso as pessoas caem nos golpes”, explica.

A delegada também reforça a importância de sempre fazer o boletim de ocorrência, já que essa é uma forma de mapear quais tipos de golpes estão sendo aplicados. Ela afirma que poucas vezes o dinheiro é recuperado.

Perfil das vítimas

Conforme o delegado Humberto Messa Roehrig, titular da Delegacia de Polícia em Estrela, entre os homens, o crime mais comum é “golpe dos nudes”. Nesse caso, o indivíduo paga para receber fotos íntimas de uma mulher.

Foi o que ocorreu com o morador de Venâncio Aires na segunda-feira, 19. O homem de 40 anos passou a receber mensagens de um suposto delegado com o relato de que a jovem com quem trocou mensagens seria menor de idade. O estelionatário se ofereceu para auxiliar a vítima e não seguir com a falsa investigação. Ele perdeu R$ 114 mil.

“No início era comum entre homens de cerca de 40 anos, com qualquer nível de escolaridade. Hoje, os instruídos não caem mais. Pelo medo de ter identidade revelada, muitos vão depositar dinheiro para o golpista”, explica o delegado. Segundo Roehrig, esse tipo de crime tem diminuído na região.

Entre as mulheres, o mais comum são golpes que envolvem perfis falsos de familiares pedindo dinheiro ou sites falsos de compras. Em todos os casos, as autoridades destacam que é importante desconfiar de grandes promoções ou dinheiro que pode ser conquistado de forma fácil e em grande quantia.


Como se prevenir

  • Ter dupla verificação em aplicativos e redes sociais;
  • Conversar com o vendedor antes de comprar algo anunciado na redes social;
  • Conferir se o site é confiável;
  • Usar senhas fortes;
  • Sempre verificar extrato bancário;
  • Buscar por site no Google e não nas redes sociais;
  • Não emprestar dinheiro pela internet.
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