Avança a busca por soluções para os pontos mais críticos no trânsito do município. O estudo contratado pelo governo para estabelecer diagnósticos sobre os gargalos na área urbana foi apresentado a vereadores e líderes empresariais na sexta-feira passada, 4. Propostas como a instalação de um novo semáforo na área central e a implementação do estacionamento rotativo devem entrar em debate nas próximas semanas.

Os trabalhos desenvolvidos pela consultoria KM Zero, especialista em projetos de trânsito, duraram cerca de três meses e consideraram os locais com a maior concentração de veículos nos horários de pico. A empresa de Santa Cruz do Sul avaliou sete pontos no centro da cidade e no bairro Boa União, e apresentou números específicos relativos a fluxo diário e comportamento dos condutores.

Outro aspecto indicado pelo estudo é a implementação do estacionamento rotativo pago, o que gerou diversos questionamentos dos presentes na reunião. Caso seja validada pelo governo e pelas entidades, a cobrança pelo uso das vagas depende de legislação específica a ser aprovada pela câmara. No entanto, de acordo com o secretário de Administração e Segurança Pública, César Augusto Pereira da Silva, o debate seguirá antes de uma definição.

Alterações no trânsito

A principal proposta de mudança no centro da cidade seria a instalação de um semáforo na rótula da rua Coronel Müssnich com as ruas Marechal Floriano e Coronel Brito. A consultoria avalia que um ajuste no local poderá melhorar o fluxo em outros pontos considerados críticos, como as rotatórias junto à Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Estrela e próximo ao Parque Princesa do Vale. “Um dos grande problemas é que as ruas transversais são desencontradas, então uma faixa elevada, por exemplo, não resolveria”, pondera Rafael Vianna, responsável técnico da KM Zero.

Para aumentar a fluência do trânsito no local, também seriam retirados os estacionamentos à direita na Marechal Floriano, e todas as passagens à direita teriam a orientação de “siga livre”. Os semáforos seriam os chamados “inteligentes”, que fazem o controle do tráfego para retenção dos veículos. “Não é um fluxo uniforme, depende de uso de comércio, de tempo, etc.”, acrescenta o engenheiro.

A abertura da rua Ernesto Alves, ao lado da câmara de vereadores, é considerado mais um ponto-chave para a melhoria das condições de circulação. Os imóveis entre as ruas Doutor Tostes e Treze de Maio abrigam o Círculo Operário e a sede da Secretaria da Agricultura. Com a possibilidade da cessão do prédio do INSS – localizado na avenida Rio Branco – para o município, os planos são recolocar os órgãos neste imóvel para liberação da via.

Ocupação quase total

As análises concluíram que existe uma ocupação acima do recomendado nas vagas de estacionamento do centro – a equipe fez amostragens de 30 minutos, no período entre 8h e 18h30min, e chegou a uma média de 89%. Ou seja, a cada dez vagas, nove ficam ocupadas todo o tempo durante o horário comercial.

Por outro lado, a taxa de rotatividade foi considerada baixa pelo estudo. Com o mesmo método da ocupação, a consultoria chegou ao número médio de 18,5% – a cada cinco vagas, quatro não tem rotatividade no período de 30 minutos. “O perfil projetado por nós é de pessoas que trabalham no centro e deixam o veículo próximo ao local de trabalho”, explica Vianna.

Formatação do rotativo

Na sugestão consta que, ao todo, 19 ruas do centro da cidade tenham cobrança de estacionamento. Além de democratizar o uso dos espaços, a proposta visa fomentar o uso do transporte coletivo e aumentar os benefícios à população e aos comerciantes. A operação seria das 8h às 18h, de segunda à sexta, e das 9h ao meio dia, nos sábados. O preço proposto é de R$ 2,50 por hora, com a possibilidade de fracionar a cada 30 minutos de ocupação.

O investimento para a implantação do rotativo, com estrutura de parquímetros e sinalização, se aproximaria de R$ 1 milhão. Para a operação mensal, o custo seria de R$ 105,1 mil. A consultoria indica que a contratação seja por concessão, onde a outorga poderia variar de 10% a 20%.

Aquisição das vagas

Para cuidar dos espaços no rotativo, a consultoria estima que seja necessário um fiscal a cada 60 vagas – considerando as 1.250 vagas previstas, cerca de 20 profissionais seriam contratados. A aquisição dos tickets de estacionamento poderia ser feito com os funcionários, além das alternativas de compra via celular, no comércio local e nos parquímetros distribuídos pela área azul, um a cada 80 vagas.

Além disso, o município avança para a contratação de fiscais de trânsito. São três profissionais em fase de treinamento e a atuação efetiva é prevista para iniciar até o fim do ano em situações gerais no trânsito de Estrela.

Mapeamento dos gargalos

O estudo avaliou sete pontos específicos para propor as melhorias. Seis deles no centro de Estrela, outro no bairro Boa União. A KM Zero, de Santa Cruz do Sul, iniciou as análises em junho deste ano, e entregou as propostas de melhoria à administração no dia 4 deste mês.

Rua Coronel Müssnich
1 – Rótula da Escola Estadual de Educação Profissional Estrela, com as ruas Coronel Brito, Marechal Floriano e Venâncio Aires
2 – Rotatória junto à rua Bruno Schwertner, nas proximidades da Escola Estadual de Ensino Médio Estrela

Rua Tiradentes
3 – Trecho entre as ruas Chachá Pereira e Bruno Schwertner, uma das chegadas ao centro da cidade
4 – Trecho entre as ruas Chachá Pereira e Joaquim Xavier, próximo à Ponte Baixa

Rua Ernesto Alves
5 – Estudo para abertura da via entre as ruas 13 de Maio e Dr. Tostes

Rua Bruno Schwertner
6 – Rótula junto às ruas Júlio de Castilhos e Geraldo Pereira, ao lado do Parque Princesa do Vale

RSC-453 (Rota do Sol)
7 – Entrada do bairro Boa União, junto à rua João Lino Braun