Jornal Nova Geração

CONEXÃO

Da exploração de curiosidades à resolução de desafios

Após reunir mais de 11 mil pessoas no Porto, organizadores da feira Estrelas do Conhecimento já iniciam preparativos para a edição de 2023. Docentes destacam comprometimento e criatividade dos estudantes

Alunos se transformaram em exploradores e descobriram como funciona o formigueiro (Foto: Reprodução)

Uma formiga viajante que parou no caderno em um aluno garantiu o prêmio de 1° lugar à turma de 1° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Leo Joas com o trabalho “O mistério do formigueiro: o fantástico universo das formigas” na primeira edição da Feira Estrelas do Conhecimento. A história da formiga que viaja empolgou os pequenos para que desvendassem como funciona o interior de um formigueiro.

A professora da turma, Graciela Tieze, conta que as crianças de 6 e 7 anos viraram exploradoras e descobriram diversas funções do inseto. Entre as atribuições, eles falam um de cada vez na sala de aula, que as formigas têm olhos múltiplos, abdome transparente, três patas de cada lado, afofam a terra, espalham sementes e, o mais importante, trabalham em equipe.

“Eles traziam formigas para a sala de aula. Todos se empenharam e os pais ajudaram em casa. Todos aprendemos juntoos”, destaca a professora. Graziela destaca que as crianças possuem essa curiosidade nata e que esta é a melhor faixa etária para instigar a ciência. Felizes com o resultado, os pequenos contam que os avaliadores “choraram de felicidade” com o trabalho. E a expectativa para a próxima edição da feira é continuar explorando.

Além de estimular a criatividade, a supervisora da Leo Joas, Ângela Schossler, relata que foram muitas surpresas desde as etapas iniciais do projeto. “Eles apresentaram trabalhos relevantes e que trazem bons resultados. Eles aprendem a falar em público e melhoram o vocabulário”, afirma. Em especial, ela destaca as alunas Maria Clara Maron, Lauren Rayssa Panichi Alves e Lara Stefany Oestrae Rodrigues, vencedoras da categoria dos Anos Finais.

O trabalho “Alfabetização de crianças do 1° ao 3° ano do ensino fundamental, uma análise em nossa escola”, que surgiu da curiosidade de analisar o desempenho, apontou diversos fatores a serem analisados pelas estudantes. A supervisora destaca que trabalhos que agregam e geram conhecimentos são resultados também do empenho dos professores.

Como método de pesquisa, elas utilizaram folhas com gravuras para os alunos das séries iniciais preencherem. Como resultado, constataram que, devido a pandemia, alunos do 3° anos estavam prejudicados em relação à alfabetização. “Vamos aprofundar o tema e dar continuidade. Queremos sugerir oficinas extracurriculares”, prospectam as alunas.

A professora orientadora, Rosimeri Dilkin, destaca que esses trabalhos geram um senso crítico, além da busca veemente por fontes de pesquisas confiáveis. ‘Foi um desafio muito bom de enfrentar. É algo diferente nesse âmbito e estávamos voltando de uma pandemia. Temos a sensação de que nosso trabalho dá certo”, afirma.

“Queremos nos comunicar com ele”

Com o objetivo de se comunicar com o colega que possui deficiência auditiva, os alunos do 4° ano tiveram como tema “A origem da língua brasileira de sinais”, vencedor do 2° lugar. A professora Jeanquele Speth, ressalta que além do aprendizado em sala de aula, eles puderam aprofundar o conhecimento e estabelecer uma melhor comunicação com o colega.

Os alunos explicam que buscaram toda a história da linguagem para apresentar. Atividades em sala de aula que envolve a Libras também estimulam a prática entre a turma. “Ele se sente valorizado e incluído. Queremos nos comunicar de forma que ele entenda tudo”, aponta uma aluna.

Grupo constatou déficit de aprendizagem em alunos do 3º ano devido à pandemia (Foto: Karine Pinheiro)

Feira para a região

Os três dias de evento foram um sucesso e a expectativa de público alcançada. Mais de 10 mil estudantes e 11,4 mil pessoas passaram pelos estandes de 60 trabalhos no Porto de Estrela. Mais de 35 municípios compareceram ao evento.

A secretária da Educação, Elisângela Mendes, afirma que devido ao êxito do evento, o Executivo planeja a feira de 2023 em âmbito regional. Ela destaca que o efeito causado na vida dos estudantes é imensurável. “Assistir às crianças dando entrevistas, falando com propriedade, foi muito emocionante. “Esses frutos nós colheremos mais a frente com uma cidade melhor e com seres humanos melhores”, afirma.

Devido a magnitude, o projeto foi apresentado em Brasília, com a presença do diretor do Departamento de Promoção e Difusão da Ciência, Daniel Fonseca Lavouras, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. “É um evento pioneiro no estado do RS”, afirma.

Quem foram os vencedores

Anos Iniciais
1. O mistério do formigueiro: o fantástico universo das formigas – EMEF Leo Joas (1º ano). Orientadora: Graciela Inês Tieze
2. A origem da língua brasileira de sinais – EMEF Leo Joas (4º ano). Orientadora: Jeanquele Nicolini Speth
3. Encantamentos da cultura negra – EMEF Pedro Jorge Schmidt (1º ano). Orientadora: Janaína Costa

Anos Finais
Alfabetização de crianças do 1° ao 3° ano do ensino fundamental, uma análise em nossa escola – EMEF Leo Joas (8º ano). Orientadora: Rosemeri Dilkin
Os impactos na saúde devido ao uso de agrotóxicos – EMEF Arnaldo José Diel (8º ano). Orientadora: Erica Francieli Vargas Gonçalves
A mumificação no Egito Antigo: podemos realizar esta experiência na prática? – EMEF Odilo Afonso Thomé (7º ano). Orientadora: Cíntia Sousa

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