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ESTRELA

Daer promete melhorias à Transantarita antes de municipalização

Em meio ao processo de transferência de parte da ERS-129 ao município, o órgão responsável projeta intervenções no trecho de 4,5 quilômetros. Falta de segurança preocupa empreendedores, que mantêm expectativa pela municipalização

Falta de manutenção na estrada faz com que mato cresça no meio da pista e alguns desníveis e rachaduras apareçam no asfalto. Crédito: Jhon Willian Tedeschi

Dez meses após o aval do Legislativo para que o governo encaminhe o pedido de municipalização de um trecho da ERS-129, conhecida como Transantarita, poucas coisas mudaram no local. As condições de trafegabilidade seguem as mesmas, com problemas de iluminação e pouca sinalização ao longo dos 4,5 quilômetros.

Com a promessa do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) de fazer uma avaliação das necessidades da via, se renovam as perspectivas para melhorias. A 11ª Superintendência Regional da autarquia, sediada em Lajeado, faz um levantamento dos serviços e custos necessários para as intervenções. A projeção da autarquia é que até abril sejam providenciadas as eventuais ações na rodovia.

Enquanto isso, o processo de municipalização segue em andamento. De acordo com o Daer, a documentação está entregue à Superintendência de Programação Rodoviária (SPR) do órgão, para as avaliações técnicas previstas no roteiro de transferências de rodovias estaduais para municípios.

Após a manifestação deste setor, o processo passa por outras duas superintendências, duas diretorias, além de três conselhos e comissões, antes de ser encaminhado à Secretaria de Logística e Transportes. A pasta elabora um projeto de lei, que será entregue à Assembleia Legislativa. Depois da aprovação, a transferência ainda depende de formalização para ser consolidada.

Expectativa e preocupação

Para o empresariado da região, a espera se mantém. Diretor comercial da Tomasi Logística, Diego Tomasi reafirma a expectativa pela municipalização da rodovia, que é acesso para transportadoras localizadas na Estrada Marino Goergen. “Entendemos que existe um ponto, no início da Transantarita, que já é necessário ter uma rótula, porque está perigoso os caminhões entrarem e saírem direto na rodovia.”

A necessidade de investimentos também é destacada pelo gestor. “A estrada precisa de uma melhor estrutura, com melhor sinalização. Esperamos que os investimentos se concretizem, seja pela municipalização ou pelo próprio governo do estado, para termos mais segurança nessa rodovia tão importante para o município de Estrela”, acrescenta Tomasi.

Acesso alternativo ao município

O repasse do trecho à administração municipal poderá destravar as melhorias projetadas para o local. A nova estrutura da rodovia contará com passagem específica para pedestres e ciclovia. Também faz parte dos planos a construção de um pórtico, o que caracterizaria a Transantarita de forma definitiva como uma das entradas de Estrela. Hoje o principal acesso é a avenida Rio Branco, no trevo com a RSC-453 (Rota do Sol).
Junto a isso, existe a perspectiva de melhorias no acesso a partir da BR-386. De acordo com o programa de exploração de rodovias, onde a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a CCR ViaSul definem as intervenções junto à estrada, o acesso à RS-129 será remodelado em 2032, com a construção de uma passagem em desnível.

Condições da rodovia

A reportagem percorreu os 4,5 quilômetros entre a rua Júlio de Castilhos e o acesso à BR-386. Chama a atenção a falta de sinalização vertical, tanto para identificação da rodovia, quanto para delimitar velocidade máxima, por exemplo. Em alguns pontos no trecho inicial, ainda no bairro Cristo Rei, o mato toma conta da faixa central.

Para quem trafega à noite pela Transantarita, os desafios são ainda maiores. Com iluminação apenas em três trechos curtos, nas proximidades de empresas instaladas na via, a visibilidade fica restrita aos olhos de gato na divisão das pistas. Na sessão da câmara na semana passada, a vereadora Tiane Ruschel Cagliari (PV) fez uma indicação ao poder executivo para um estudo das condições de trafegabilidade da rodovia.

Melhorias paralelas no trecho

Em outubro de 2022, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) concluiu a instalação de nova tubulação às margens da rodovia. Houve uma paralisação na construção desta rede, por entraves relacionados ao recuo dos canos, uma vez que afetaria a área de domínio da ERS-129. A melhoria é considerada fundamental para atrair novos empreendimentos para a região.

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