Jornal Nova Geração

ENTREVISTA

Direção anterior da Languriu poderá responder criminalmente

Auditoria deve investigar causas do colapso financeiro. Medida será decidida pelos associados nesta terça-feira, junto com processo de liquidação da cooperativa

Foto: Matheus Rois

Assembleia Extraordinária na manhã desta terça-feira, 18, discute os rumos da Languiru. Na pauta principal, os associados deverão decidir sobre o ingresso da cooperativa em estágio de liquidação. A diretoria também irá propor a realização de uma auditoria externa para investigar os motivos que levaram a organização ao colapso atual.

O tema foi debatido no programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, na manhã desta segunda-feira. Participaram o presidente da Languiru, Paulo Birck, e os advogados Evandro Weisheimer e Luiz Otávio da Roma. O andamento das negociações, os tópicos que serão discutidos na assembleia e o atual cenário da organização foram analisados.

Sobre a proposta da atual gestão de iniciar o processo de liquidação, Birck explicou se tratar da alternativa existente para a Languiru conseguir manter as operações, avançar nas negociações para a venda de ativos e estabelecer um plano de pagamento das dívidas. Disse que é a orientação prestada por especialistas da área judicial, como a medida viável a uma cooperativa nessas condições.

Se aprovada pelos associados, o estágio de liquidação irá fornecer segurança jurídica, de modo a evitar novos bloqueios de caixa e perda de patrimônio devido a ações movidas por credores. Sem essa condição, ficaria impossível continuar com as atividades e comprometeria a venda de ativos, afastando possíveis interessados nas negociações.

“Esse é um procedimento que tem como objetivo não chegar à extinção da cooperativa”, sustenta Weissheimer. Para ele, consiste em uma situação transitória, com intuito de permitir a continuidade de todas as atividades em andamento, visto que os efeitos da medida cautelar obtida no início do mês com prazo determinado. O período de liquidação é um ano, renovável por mais um.

Auditoria investigativa

Entre os pontos a serem levados à assembleia, estará a proposta de efetuar uma auditoria externa contábil investigativa para apurar o processo que levou a Languiru ao colapso. Se forem constatadas ilicitudes ou irregularidades, será possível anular a aprovação de prestações de contas da gestão anterior.

“Se a auditoria comprovar e for possível nós anularmos a prestação de contas de 2022 por alguma irregularidade. Sai das costas de todos os associados essa perda, e passam a responder cível e criminalmente a administração e o conselho fiscal daquela época”, disse Paulo Birck.

O atual presidente afirma que há “indícios” desde 2018 de condutas que teriam culminado na crise existente hoje. Citou situações envolvendo o arrendamento do frigorífico de bovinos, em que o recurso disponível para a compra definitiva teria sofrido desvio de finalidade, bem como a apresentação de valores que entrariam somente em 2023 nos resultados de 2022. “Não foi de uma hora para a outra. Foi se empurrando com a barriga, até onde deu, até chegar a este colapso”.

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