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ESTRELA

E-Log projeta municipalização definitiva do Porto para 2023

Em meio à busca por melhorias na estrutura burocrática e de gestão dos modais de transporte, empresa de logística finaliza primeiro ano de atividades. Autarquia quer ter o controle definitivo das operações na área portuária até julho

Debate para reativar a ferrovia entre Estrela e Colinas depende do futuro da concessão feita à empresa Rumo (Foto: Jhon Willian Tedeschi)

Às vésperas de completar um ano, a Empresa Pública de Logística Estrela (E-Log) faz um balanço das atividades desenvolvidas. Em participação no programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, gestores e conselheiros da autarquia avaliaram resultados e estabeleceram desafios. O avanço nas articulações e a retomada do diálogo sobre os setores logísticos foram os aspectos mais valorizados.

Conquistas como a instalação da Nutritec na estrutura dos silos, o encaminhamento do processo de dragagem no trecho do Rio Taquari, do porto à barragem de Bom Retiro do Sul, e o início da reorganização do aeródromo são celebradas. “Na comparação como estávamos há alguns anos, estamos mais perto de alcançar os objetivos”, disse o prefeito Elmar Schneider, que acrescentou a satisfação com o andamento das propostas.

Ainda que alguns dos processos ocorram de forma mais lenta, no entendimento dos integrantes da empresa, o desempenho é considerado satisfatório. “Estamos fazendo tudo o que é possível. Não na velocidade que nós gostaríamos, mas muitas coisas do que foi previsto já foram feitas”, pontuou o presidente do Conselho Administrativo da E-Log, Nilto Scapin.

Sobre os questionamentos neste sentido, a presidente da autarquia, Elaine Strehl, afirmou compreender, por haver uma “sede por soluções”. “A região está bastante cansada, acho que é essa a expressão, de sempre criarmos alguma questão e não avançar. Entendemos o processo e trabalhamos na busca de melhorias e soluções, mas tudo tem o seu tempo.”

Uma das medidas em um ano da E-Log foi profissionalizar a gestão do aeródromo regional e deixar uma estrutura básica à disposição dos usuários (Foto: Arquivo NG)

Desafio aos empreendedores

O aeródromo regional, na Linha São José, faz parte do portfólio de dispositivos sob a responsabilidade da E-Log. Em novembro, foi nomeado um especialista para auxiliar na reestruturação das atividades. O piloto comercial Matheus Brandt, com formação em gestão aeronáutica, tem a missão de profissionalizar o uso do espaço. O local tem 24 hectares de área total e existe um projeto para ampliação da pista, de 570 metros para 1,2 quilômetro.

A partir das especulações sobre a construção de um novo aeroporto, o prefeito foi taxativo. “Quero colocar a estrutura existente à disposição desses jovens empresários. Esse é o momento do poder público e dos empreendedores nos darmos as mãos e fazermos realmente o melhor pelo Vale do Taquari.”

O presidente do conselho da E-Log foi na mesma linha. “Vamos viabilizar o que nós temos, criar um mecanismo que consiga juntar esforços do poder público e da iniciativa privada e fazer um aeródromo de ponta. A localização do aeródromo para o Vale é como o (aeroporto) Salgado Filho para Porto Alegre.”

Complexo portuário receberá novamente a Estrela Multifeira em novembro. Espaço deve se tornar um Parque de Eventos (Foto: Divulgação)

Porto entregue ao município

Em paralelo, os gestores da E-Log trabalham com a possibilidade de finalizar a municipalização dos 51 hectares da área do porto até o meio do ano. O atual contrato tem período determinado, que vai até 2041. De acordo com a presidente da empresa, os trâmites estão em fase avançada. “Falta um parecer jurídico, já aprovado pelo conselho da Portos RS, para podermos receber essa área. Talvez em julho possamos ter essa área em definitivo”, explicou Elaine.

O processo para viabilizar a batimetria – verificação da profundidade necessária à navegação – e a dragagem do rio junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) está avançado. “O Taquari é o único rio no estado que tem dragagem permanente, da eclusa até São Jerônimo, é o único rio mantido com recurso federal”, acrescenta Scapin. Encaminhar estes aspectos é tratado como estratégico para atração de investimentos.

Retomada sobre trilhos

Viabilizar as atividades ferroviárias em Estrela é um sonho dos integrantes da E-Log. São 13 quilômetros inutilizados, em trecho que inicia em Colinas. “Se discute muito do modal ferroviário. Esse caminha a passos um pouco mais lentos”, pondera a presidente da autarquia. Ela aponta que a concessão está com a empresa Rumo e que existe uma série de ajustes a serem feito para avançar. “Seremos incansáveis para retomar a ferrovia aqui”, garante.

A concessão termina em 2027 e os gestores acompanham de perto os trâmites para uma eventual renovação. O conselheiro Rafael Fontana menciona uma proposta de 2021, onde a região se colocou à disposição para melhorias no trecho inativo para ter o trem de Estrela a Guaporé. “Pressionamos o vice-governador, após uma reunião com a direção da Rumo, sobre o posicionamento dessa proposta. É um sonho levar o trem ao porto de Estrela”, diz.

Olhar ao futuro

A aposta dos governantes está nos projetos regionais. É o que apontou Schneider, ao anunciar que a bancada gaúcha em Brasília irá priorizar a destinação de recursos para propostas de maior amplitude. “Temos que sentar todos juntos, Codevat, CIC, prefeitos e vereadores. Estamos nos movimentando nessa organização. Foi um grande avanço que tivemos em Brasília”, contou. Nesta sexta-feira, 14, ocorre um encontro com as entidades regionais no espaço da E-Log.

Transportadoras na E-Log

O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no RS (Setcergs), Diego Tomasi, confirmou que está previsto para este ano a abertura de uma unidade do sindicato, junto à área da autarquia, para prestar atendimento aos transportadores do Vale do Taquari. No local, serão emitidas licenças da ANTT, promovidos treinamentos, entre outras atividades. “Será uma grande conquista para a região e nada melhor que seja nesse ambiente do porto, que respira logística”, ressaltou.

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