Jornal Nova Geração

ESTRELA

Em dois meses, órgão soluciona 25% dos casos de violência contra mulher

Vítimas de violência são acompanhadas pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher e recebem apoio psicológico, jurídico e de assistência social

Inseguras e com medo. É assim que as vítimas de violência chegam até o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram). Inaugurado em 7 de março pelo governo de Estrela, o serviço oferece atendimento psicológico, de assistência social e assessoria jurídica, além de trabalhar prevenção em escolas, grupos de idosos e nas localidades do interior. Até o momento, 37 mulheres são atendidas no local, sendo que em dois meses de atuação, 25% dos casos foram resolvidos.

As vítimas chegam até o Cram por livre demanda, ou seja, por vontade própria, ou por encaminhamento de outros serviços ligados à Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher como o Fórum, a Patrulha Maria da Penha, o Hospital Estrela e as Unidades Básicas de Saúde.

Conforme a coordenadora do Cram, Ioná Carreno, a cada dois dias, um novo caso é registrado no local. “Desde a primeira semana chega demanda de todas as formas. A grande maioria dos casos são vítimas de agressão física, associada as demais, como as ameaças. Conversamos para entender o contexto e saber quais os passos mais seguros para não colocarmos elas em risco”, afirma.

De acordo com Ioná, os casos solucionados correspondem aqueles em que se tira a mulher da situação de violência e ameaça. “Hoje ela está bem, conseguiram reorganizar a vida com o auxílio do nosso atendimento. Já tivemos uma resposta positiva do nosso trabalho. Muitas resolveram o cenário mais agudo, mas continuam conosco”, observa.

Trabalho contínuo

A coordenadora explica que o trabalho desenvolvido é contínuo e o processo é lento. Dentro do atendimento é proposto ações para que a vítima procure relações saudáveis depois. “Às vezes, sem se dar conta, entra em outro relacionamento tóxico. Mantemos ela aqui com outras atividades para que entendam a situação e não aceitem outros abusos. Seguimos em contato também com conselho tutelar e escolas, pois normalmente os filhos estão juntos”, ressalta.

Dia Municipal de Combate à Violência Contra a Mulher

Na noite de segunda-feira, 16, foi aprovado por unanimidade durante a sessão na câmara de vereadores o projeto de lei que institui o dia 7 de março como Dia Municipal de Combate à Violência Contra a Mulher. A proposta é de autoria dos vereadores Adriano Scheeren (PL) e Tiane Ruschel Cagliari (PV) e tem por objetivo promover ações para conscientizar a população sobre os tipos de violência doméstica, os direitos das mulheres e os serviços existentes no município.

Segundo Tiane, a ideia é reforçar e colocar em evidência essa pauta. O dia 7 foi escolhido por marcar o início dos trabalhos do Cram em Estrela. No estado, apenas 25 municípios recebem um centro específico para o atendimento delas. “As ações desenvolvidas serão ciclos de palestras, explicação sobre a Lei Maria da Penha e os tipos de violência. Isso vai beneficiar muitas mulheres e dar coragem para que elas denunciem”, frisa.

Para Ioná, por mais que os homens ajudem, as mulheres ainda puxam a frente das demandas domésticas e dos filhos, com uma sobrecarga natural. “Importante a gente parar no dia 7 e 8 de março, para falar sobre a violência e também enaltecer as mulheres. Queremos trabalhar a autoestima e valorizar o quanto elas são protagonistas. A cada ano podemos potencializar este mês e estes dias com grandes movimentos em Estrela”, salienta.

Ações conjuntas

A Patrulha Maria da Penha atende 18 mulheres hoje, em Estrela. Conforme a capitã da Brigada Militar, Carmine Brescovit, a data municipal é mais uma oportunidade para que as instituições do município possam trabalhar, em conjunto, ações de divulgação e orientação. “Não temos como zerar os índices criminais, infelizmente, mas quanto mais conhecimento as pessoas tem sobre a legislação, melhor elas conseguem entender sobre os seus direitos e assim serem atendidas”, ressalta.

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