O Instituto Estadual de Educação Estrela da Manhã (Ieeem) é a única escola de magistério que oferece regime de internato no Estado do Rio Grande do Sul. Além disso, é referência na qualidade de ensino para as turmas de magistério na região.
Atualmente, o Instituto atende em torno de 200 alunos. Desses, cerca de 150 em regime de internato ou semi-internato, onde passam a semana ou entram no início do dia e saem ao final. O restante em forma de externato, para estudantes que procuram formação complementar ao ensino médio comum. Oito meninos e 107 meninas passam a semana no ambiente escolar.
Entre os principais desafios, os mais citados pelos adolescentes é saber gerenciar o próprio tempo, desenvolver autonomia e lidar com a saudade de casa. De acordo com a diretora do Ieeem, Marisa Cristina Görgen, os alunos são estimulados a aprenderem além do conteúdo curricular.
“Eles têm 28 disciplinas, precisam lidar com isso e com outras atividades, além de desenvolver senso de coletividade, visto que os ambientes são compartilhados”, destaca Marisa. Além das salas de aula e refeitório, há áreas de lazer, alojamento e banheiros coletivos. Os estudantes são responsáveis pelos seus pertences e pela higienização dos ambientes em que convivem.
Os alimentos são custeados pela escola, que pode receber colaborações dos pais. Durante o dia são servidas seis refeições. O Instituto segue o cardápio oficial determinado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que é montado por uma nutricionista.
Adolescentes de todo o Estado podem se matricular no Ieeem, o único requisito é que tenha algum responsável na região do Vale do Taquari para casos de emergência.
Como é a rotina
As aulas iniciam na tarde de segunda-feira e vão até a manhã de sexta-feira. De modo geral, os dias dos estudantes começam cedo. O café da manhã é servido a partir das 6h30min e os alunos têm até o horário da aula para concluírem a refeição e se organizarem.
Entre o início da aula e o almoço, é servido um lanche no meio do período. O processo se repete na parte da tarde. No meio do período vespertino é servido outro lanche e após o término da aula, é servida a janta. Às quartas-feiras pela noite, as turmas de 3° têm aulas para completar a carga horária exigida.
Nos momentos livres, os estudantes podem circular pela área de lazer até as 22h. A diretora do Instituto salienta que, nestes intervalos, alguns alunos costumam organizar grupos de estudos. “Apoiamos essa iniciativa deles porque eles se ajudam em disciplinas que podem ser difíceis para alguns. Além disso, aproveitam para fazer os trabalhos durante a semana e ficam com o fim de semana livre”. Além disso, o tempo é aproveitado para falar com pais e responsáveis.
Para Thaísa de Freitas Bomm, de Lajeado, a rotina pode ser comparada com a que se tem em casa. Apesar de ter que gerenciar todas as disciplinas e lidar com a saudade de estar em seu lar, destaca que o vínculo que tem com as colegas ajuda a lidar com a situação.
Além disso, no Instituto é possível desenvolver um senso de responsabilidade que, segundo ela, não seria possível desenvolver no ensino médio comum. “Tenho que definir horários para estudar, para comer, para dormir. Isso é muito valioso, construímos amizades, aprendemos com profissionais qualificados, temos uma base”, afirma a aluna.
Para Leonarda Vargas da Silva, 17, a experiência auxilia no crescimento pessoal. Com objetivos além da docência, a adolescente de Venâncio Aires teve o apoio da mãe, que é professora, para ingressar no Ieeem. Ela conheceu o ambiente escolar somente no momento em que chegou com as malas.
Já a aluna Luisa Colombo Patuzzi, 16, ainda não decidiu se vai seguir o magistério, mas garante que sairá do Instituto preparada para seguir na graduação e no mercado de trabalho, devido à qualidade do ensino e à disciplina que aprendeu a manter em sua rotina.
Entre aprender a lidar com a rotina e manter as 28 disciplinas em dia, Gabriela Araldi Zandavalli, de São Valentim do Sul, diz que nem sempre é fácil sair do conforto de casa e estar longe dos amigos. “Não é tão simples deixar de ter esses vínculos diariamente. Por vezes meus dias foram resumidos em saudade. Ainda assim, me sinto grata e feliz pela minha escolha e por fazer parte da família do Ieeem”.
Confira a reportagem completa na edição desta sexta-feira, 18.
