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IMIGRANTE

Estiagem aumenta prejuízos e já compromete o consumo humano

Perdas na agricultura ultrapassam R$ 8,5 milhões

A família de Solange Erthal é uma das que paralisaram a produção de frangos, devido à estiagem. Foto: Carlos Eduardo Schneider

Pelo menos quatro famílias dependem do abastecimento de água por meio de caminhão-pipa, para consumo humano. As localidades mais afetadas são linha Boa Vista 37, Vale da Harmonia e Seca Baixa. As perdas na agricultura passam de R$ 8,5 milhões.

Em Boa Vista 37, Solange Erthal conta que a família paralisou a operação dos dois aviários. “A produção consome mais de 10 mil litros de água diariamente. Não teria como manter”, relata. A propriedade é abastecida duas vezes por semana. “A cada viagem, o caminhão traz 7 mil litros d’água. Não temos mais nem para nosso consumo.”

Arroio da Seca, que corta a cidade, está praticamente sem água. Fotos: Carlos Eduardo Schneider

Na propriedade de Darcísio Zucke, a situação não é muito diferente. Embora o produtor ainda possa contar com a água do poço, o recurso demora para atingir o nível da bomba. “Temos água, mas utilizamos pouco, pois o nível não volta ao normal rapidamente. Os animais estão sendo abastecidos com água do caminhão-pipa da prefeitura”, explica o agricultor.

Darcísio Zucke recebe água para ao animais e raciona o consumo.

O secretário de Obras e Mobilidade Urbana, José Marco Loss, ressalta que a administração municipal monitora a situação da falta d’água e abastece, quando necessário. “Temos um serviço terceirizado. Infelizmente é o que podemos fazer neste momento”, disse Loss.

Ainda para o final de 2021, estava prevista a perfuração de um poço artesiano nas regiões mais altas do município. A previsão, no entanto, se estendeu para março. “Temos os recursos, mas o serviço é bastante complexo, pois envolve mais de 300 metros de profundidade, além da construção de toda a rede de abastecimento.

Perdas na agricultura

Conforme levantamento da Emater, com base nas lavouras e criações afetadas pela estiagem, cerca de 300 famílias foram atingidas diretamente no município. As perdas totais chegam a R$ 8,6 milhões. O milho é a cultura mais afetada. A estimativa é de que as perdas cheguem a 50% no milho em grão e cerca de 48% na silagem, totalizando até agora R$ 7,8 milhões de prejuízo.

“As lavouras plantadas na safra, ocupam uma área aproximada de 1.400 hectares, envolvendo milho grão (200 ha) e silagem ( 1.200 ha). Esta cultura está presente em muitas propriedades, sendo que em torno de 263 famílias rurais foram afetadas”, explica o extensionista rural Maciel Budde. O leite foi o terceiro produto com maior prejuízo, totalizando R$ 827 mil. “As pastagens cultivadas e o pasto nativo foram seriamente atingidos, pois o desenvolvimento habitual foi estagnado, não tendo volume de produção, e está secando.” A perda estimada nas pastagens chega a 20%.

Outas culturas como a soja, que envolve 128 famílias em Imigrante, já somam R$ 247 mil em perdas. A uva compõe 33 hectares no município e o prejuízo atinge R$ 217 mil. “A falta d’água já impede que duas famílias alojassem 27 mil frangos, totalizando R$ 16 mil em perdas”, conclui o extensionista.

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