Em decorrência da enchente que atingiu o Vale do Taquari, o descarte dos resíduos recolhidos pela ruas se torna um desafio em cidades que não possuem aterro. Em Estrela, o recolhimento de entulhos ultrapassa 90 mil toneladas. Entre os materiais mais descartados estão móveis, parte de residências destruídas e grande quantidade de lama.
O descarte dos resíduos ocorre em terreno nas proximidades do Porto de Estrela, em frente à Secretaria de Infraestrutura Urbana. O secretário Osmar Muller explica que pela quantidade de entulhos amontoados, principalmente nos bairros mais afetados, foi necessário encontrar um local próximo e com espaço para despejar o material.
Em reunião com a secretária estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, foi definido que os destroços serão destinados ao aterro no município de Minas do Leão. Na avaliação da equipe, a unidade é a única no estado com capacidade para receber o volume de entulhos. A diretora do Departamento de Meio Ambiente, Tanara Schmidt, destaca que esta solução deve se estender a toda região.
“Recebemos a orientação de levar tudo para somente um local, posteriormente a Secretaria de Meio Ambiente auxilia com a destinação final desse material, como o transporte. A expectativa é que o demais municípios sejam contemplados com a iniciativa também”, comenta Tanara. Neste momento, o município aguarda o projeto do governo estadual e continua o recolhimento pelas ruas.
Ações de limpeza
Muller destaca que a primeira fase de limpeza das ruas está concluída. Alguns bairros também já receberam a segunda ou terceira limpeza. “As pessoas perderam tudo e ainda estão limpando as casas. Então a gente tira o entulho em um dia e no segundo dia já tem materiais de novo”, explica. Cerca de 100 pessoas seguem envolvidas no processo de limpeza, que conta com 30 caminhões e 20 máquinas.
Situação causa incomodo
Moradores do bairro das Indústrias, nas proximidades do Porto, relatam problemas na rotina devido ao odor causado pelo acúmulo de resíduos. Luis Becker destaca que por vezes não consegue ter momentos de refeição, bem como os vizinhos. “Tem muito lixo e um cheiro forte porque tem animais mortos também. Acordamos de madrugada porque está insuportável e não sabemos quando esse material será levado ao aterro”, afirma. Ainda não há data definido para carregamento dos materiais.
Na espera
Coordenador do setor de Meio Ambiente de Colinas, Marco Aurélio Rohr, diz que apesar da grande quantidade de entulhos no município, é necessário aguardar a ação de buscas dos bombeiros, na tentativa de encontrar corpos desaparecidos nos entulhos.
Após finalizada a operação, os materiais serão destinados à saibreira licenciada do município, na Linha Ano Bom. “Os bombeiros estão buscando nos lixos, revirando os entulhos. Nada foi levado à saibreira ainda. Também há a possibilidade de uma empresa vir recolher e levar para outros aterros”, diz Rohr.