Jornal Nova Geração

OPINIÃO

Finados: dia de lembrar dos que partiram

"O conteúdo das pregações, as orações e a tristeza pela perda de tantos seres familiares e conhecidos nos envolvem em sentimentos de fé”

Dia de Finados, data marcante em nosso calendário e na nossa cultura. Dia de reverenciar nossos antepassados, de visitar os cemitérios, de elevar nossas preces.

Momento de caminhar entre as lápides, da descoberta de fotografias e nomes de tantos conhecidos e algumas surpresas.

Conhecidos de muitas jornadas, nomes de um passado que parece tão recente. Como pode? Um desfile de nomes tão próximos e todos já partiram para uma outra realidade.

Neste dia de cemitério, de orações, missas e cultos. Dia de cânticos e sermões que ecoam pelas quadras vizinhas.

O conteúdo das pregações, as orações e a tristeza pela perda de tantos seres familiares e conhecidos nos envolvem em sentimentos de fé. São Paulo ensina que “a saudade do cristão em relação a seus mortos é diferente da experiência dolorosa daqueles que não têm fé”.

Nessa linha, parafraseando o saudoso estrelense Francisco Reckziegel, ou Assis Sampaio, alguma coisa de fato deve ultrapassar a contingência desta rápida vida terrena. É incrível que uma existência inteligente acabe irremediavelmente tão de repente. Ante a morte de um corpo físico deve sobrar o espírito, que proporciona ao ser humano esta expectativa inata da imortalidade; este desejo irreprimível da bem-aventurança eterna. De outra maneira, valeria a pena a vida ser vivida? Porquanto, ficaria reduzida a um mero ser orgânico?

Circulando entre uma diversidade de sepulturas, inúmeras delas mais que centenárias e muito bem-conservadas, outras maltratadas… São apreciáveis as informações daí resultantes, riquíssima fonte de dados acerca dos antepassados que fizeram a história do nosso município e região; é uma fonte básica de registros para os amantes da genealogia e interessados na construção de árvores genealógicas, pois mostram datas de nascimento e morte dos nossos queridos ancestrais. Lamentável, no entanto, que muitas lápides sejam removidas, virando apenas caliças.

Perpassa-me na memória,.. Se instintos predatórios, como ocorrem nos cemitérios locais, se registrassem, como exemplos, no Cemitério da Recoleta em Buenos Aires, ou no Cemitério da Santa Casa de Porto Alegre, que contam parte da história de figuras ilustres dessas duas metrópoles, quão evidentes reações não ocorreriam?

Buscando referências de como conciliar a preservação de lápides históricas e tradicionais em nossos cemitérios, face à necessária ampliação de espaços físicos para novas sepulturas, por que não copiar modelos já existentes em outros campos santos, quais sejam a remoção de lápides, colocando-as junto aos muros internos. Exemplo disso, podemos observar em um cemitério próximo de Estrela, qual seja o de Arroio Grande, município de Arroio do Meio, onde dezenas de lápides estão postas junto dos muros internos do seu cemitério. Vamos inovar, vamos preservar.

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