Jornal Nova Geração

LANGUIRU

Governador recebe direção de cooperativa para debater alternativas

Reestruturação de dívidas e período de carência são analisados por comitê técnico, formado por órgãos estaduais e instituições financeiras. Em paralelo, grupo busca agenda com setores do governo federal

Coordenado por Leite, encontro reuniu diretoria da Languiru, representantes de instituições financeiras, secretários de Estado, prefeitos e deputados (Foto: Divulgação)

Reunião de emergência na manhã dessa segunda-feira, 5, em Porto Alegre, mobilizou o governo do estado e instituições financeiras em torno da situação da Languiru. Com a presença do governador Eduardo Leite, o encontro encaminhou a formação de um comitê técnico para encontrar alternativas à sobrevivência da cooperativa.

O objetivo é reestruturar parte da dívida e estabelecer um período de carência. O grupo tem a participação dos principais credores em nível estadual: Banrisul, BRDE, Badesul e Sicredi, além de integrantes da Languiru e da consultoria externa contratada. A primeira reunião ocorreu logo após o encontro, a pedido do governador.

“Vamos ver todas as possibilidades no curtíssimo prazo. Sabemos da importância da cadeia produtiva para a região e todo Estado, por isso devemos estender a conversa também ao Governo Federal”, disse Leite. Conforme o chefe do Executivo, é preciso discutir o que pode ser feito em termos financeiros, “com instituições bancárias que têm sua condução sob forte regulação”.

A secretária da Fazenda do RS, Pricilla Maria Santana, defendeu a necessidade de garantir acordo de adiamento de cobrança dos valores contratados pela Languiru junto às instituições financeiras e ventilou apoio para linhas de crédito para eventuais parceiros ou compradores terceiros de ativos da cooperativa.

Alongamento da dívida

Para conseguir manter as atividades , a Languiru solicita aporte financeiro emergencial. “Recurso que nos daria condições de tomarmos decisões e colocarmos ações em prática no pouco tempo que temos, fôlego para a continuidade das negociações e reorganização da cooperativa”, disse o presidente, Paulo Birck.

Bancos públicos representados no encontro se mostraram dispostos a atender solicitação da Languiru em repactuar pendências financeiras, com alongamento da dívida, carência e otimização de garantias de operações. Por outro lado, não sinalizaram com a possibilidade de novos créditos, com base em regulações do próprio Banco Central e do Tribunal de Contas.

No montante do recurso emergencial solicitado, a diretoria da cooperativa prevê valores na negociação com fornecedores, freteiros, parceiros comerciais, produtores rurais e instituições financeiras; valores para honrar verbas trabalhistas; reorganização da atividade avícola; reabastecimento da rede de varejo; descontinuidade e encaminhamentos para a suinocultura.

Alçada federal

A agenda ocorreu no Centro Administrativo Fernando Ferrari, e foi articulada após a visita da Frente Parlamentar de Defesa do Cooperativismo (Frencoop) à sede da organização em Teutônia na sexta-feira passada. Secretários de Estado, deputados, prefeitos do Vale e líderes de entidades ligadas ao meio rural também estiveram no encontro. O comitê técnico deve se reunir novamente esta semana, sob a coordenação da Casa Civil.

Responsável pelo agendamento, o deputado estadual Edivilson Brum (MDB) destaca a relevância da reunião de emergência. Ressalta, porém, que os maiores credores da dívida dizem respeito à alçada federal. Por isso, os deputados da Frencoop buscam reuniões com as diretorias do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Para tanto, conta-se com o apoio de líderes com trânsito no governo federal, como o deputado estadual Miguel Rossetto e o Ministro da Secretaria das Comunicações, Paulo Pimenta.

Presidente da Frencoop, o deputado estadual Elton Weber (PSB), endossa a necessidade de levar o tema Languiru e dificuldades das cooperativas gaúchas à esfera federal. “Entendemos que o primeiro passo era conversar com o Estado, onde o impacto econômico e social da Languiru é maior, mas também temos a convicção de que o trabalho deva se estender até o Governo Federal.”

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