Visto como alternativa aos prejuízos nas culturas de verão, o plantio do trigo iniciou na reta final de maio. A partir disso, são contabilizados os números preliminares no município para projetar a produtividade ao fim da safra. Como muitos produtores ainda não concluíram a semeadura, ainda há a expectativa para um melhor desempenho.
No entanto, a primeira análise feita pelo escritório da Emater em Estrela não é das mais animadoras. O mesmo cenário se identifica ao verificar a produção do Rio Grande do Sul. Uma reunião setorial, ainda no mês passado, apontou alguns fatores que podem ser obstáculos à produção. Os preços baixos no mercado, a possibilidade do fenômeno El Niño e os impactos climáticos são aspectos que preocupam.
Alguns produtores iniciaram o plantio na primeira quinzena de maio. É o caso de Rafael Kich, que mantém propriedades nas localidades de Novo Paraíso e Wink. A projeção é manter os 143 hectares nas duas áreas. “Ainda temos uma área para plantar, mas depende das condições do tempo”, diz. O restante deve ser concluído na próxima semana.
O extensionista da Emater, Álvaro Trieweiller, avalia que o ano deve ser desfavorável ao cultivo. “Acredito que não vai ser um ano muito bom para o trigo”, diz. A produção projetada para Estrela é menor que a do ano passado. “Vai cair um pouco a área plantada”, justifica.
Conforme levantamento, o plantio ocorrerá em cerca de 450 hectares, enquanto que no ano passado foram mais de 600 hectares de cultivo no município. A média de produtividade por hectare mencionada por Trieweiller fica entre 40 e 50 sacos de trigo. Desta forma, a partir das projeções, Estrela deverá ter uma colheita com 1,2 mil toneladas.
Aumento mesmo com desconfiança
No Rio Grande do Sul, a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro) promoveu um levantamento entre 20 cooperativas do estado sobre a intenção de plantio de trigo para a safra de 2023 e identificou um aumento de 1,42% na área de cultivo. Os dados preliminares apurados pelo IBGE e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimam em torno de 1,5 milhão de hectares plantados, com produção total próxima a 5 milhões de toneladas.
Brasil prevê recorde
Em nível nacional o otimismo contrasta com as preocupações no RS. A consultoria StoneX divulgou uma previsão que a produção poderá chegar a 11,3 milhões de toneladas, um aumento de 2,7% na comparação com o desempenho em 2022. Por outro lado, o relatório publicado em maio aponta que as exportações devem diminuir, diante do cenário econômico internacional.