Jornal Nova Geração

O MEU NEGÓCIO

Inovações e sucessão familiar impulsionam crescimento da Folhito

Empresa com sede em Estrela se destaca em âmbito estadual, com projeto pioneiro na produção de biogás. Diretores apontam caminhos que levaram ao êxito e detalham trabalho com fertilizantes

Pai e filhos tocam a empresa. Os três tiveram atuação destacada como líderes na juventude. Crédito: Mateus Souza

Com mais de 27 anos de atuação no mercado de fertilizantes orgânicos, a Folhito se consolidou como uma das principais empresas do ramo. Sediada em Estrela, na Linha Delfina, tem uma vasta gama de clientes e, nos últimos anos, se destaca pela inovação e implantação de novas tecnologias no processamento de materiais orgânicos.

A trajetória da Folhito foi destacada em “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora, apresentado por Rogério Wink. Participaram os diretores Ito, Fernando e Rodolfo Lanius. Pai e filhos relembraram os primeiros passos da empresa, os desafios e também detalharam como é o trabalho com fertilizantes orgânicos.

Ito foi quem deu o pontapé inicial na Folhito. Conhecido na região por sua vocação empreendedora, ajudou a fundar outras empresas e teve atuação destacada em entidades, como a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT).

Hoje, são os filhos que participam mais ativamente do negócio. O que deixa Ito satisfeito, pois mostra que a sucessão familiar foi bem executada. “Joguei eles no compromisso de serem melhores do que quem iniciou o negócio. E eles estão fazendo”.

DICA DE LEITURA

Toda semana, Rogério Wink apresenta uma sugestão de leitura aos ouvintes e internautas. Nesse programa, a dica é “Poweshift – As mudanças do Poder”. Escrita por Alvin Toffler, a obra traz um abrangente painel da sociedade do século XXI. Com discurso inovador e notável visão do futuro, o autor analisa a própria natureza do poder em transformação.

 


ENTREVISTA – Ito, Fernando e Rodolfo Lanius, diretores da Folhito

Rogério Wink: Como é trabalhar em família?

Rodolfo Lanius: Se dissesse que são apenas flores, estaria mentindo. Temos perfis bem diferentes. Mas conseguimos respeitar a opinião um dos outros e buscamos sair da sala de reuniões sempre com os problemas resolvidos ou já sabendo para qual destino ir, mesmo que nem sempre haja unanimidade. Unimos forças para resolver os problemas diários.

Wink: E quais as vantagens de trabalhar num negócio familiar?

Fernando Lanius: Procuramos buscar sempre um entendimento. Já tivemos discussões, e as vezes mais ásperas, mas são coisas que fizeram com que criássemos uma cumplicidade. Quando há uma discussão, temos que pegar junto no final da história e essa cultura conseguimos passar adiante na empresa. Somos muito críticos e temos um nível grande de exigência, mas na Folhito todos tem espaço para questionar.

Wink: Vocês tiveram atuação na JCI. Qual a importância dessas entidades na formação de valores empresariais?

Ito Lanius: Eu tinha 20 anos quando conheci o movimento. Hoje, tenho como um princípio de vida. A Câmara Júnior me abriu olhos para que me envolvesse também com temas da comunidade.

Fernando: Nós três fomos presidentes da JCI, e a Marina (outra irmã) também. Foi uma formação fantástica. Sempre tivemos envolvimentos, como nos grêmios estudantis, mas ela foi o expoente. Com certeza, a experiência que mais chegou perto da prática que se aplica hoje.

Rodolfo: Sendo presidente da JCI local, tive acesso a muitas pessoas. Todas essas conexões, essas pontes que construímos, essas experiências, trazemos para dentro da empresa. Nos tornam empreendedores mais maduros de forma muito mais rápida.

Wink: Hoje, qual é o negócio da Folhito?

Ito: Quando concebi a empresa, nosso negócio se chamava esterco de aves. Depois, na sequência, se falava em adubo orgânico. Hoje, são fertilizantes. Mas é algo bem mais amplo. O primeiro grande propósito nosso é transformar resíduos que até então eram dispostos no lugar errado, de forma errada, e transformar num ativo econômico. E hoje a Folhito tem uma função social, e que bom que a sociedade e autoridades, em geral, entendem isso.

Wink: Como funciona o trabalho de vocês?

Rodolfo: Estamos muito bem sediados na Linha Delfina. Aqui, nós estamos perto de todos os geradores de resíduos. Pegamos esses materiais e separamos em dois grandes grupos: os estruturantes, que são de serragem, cama de aviário, e os lodos e resíduos da cadeia frigorífica. Materiais que eram, há tempos, jogados no rio.

Wink: E como é o trabalho dos biodigestores?

Fernando: Temos duas linhas de decomposição de materiais. A preponderante, que produz fertilizantes, e o anaeróbio que é feita através do biodigestor. É onde os materiais líquidos são processados na primeira etapa. E se gera nova possibilidade, que é a captação de gás. Isso vem absolutamente de encontro ao que falamos, do papel da Folhito na sociedade.

Ito: Nós fomos buscar, em Hannover, informações e ver como se pode fazer melhor e diferente. Tiramos o fertilizante orgânico e agora entramos no gás. E o mais utilizado, que é uma commoditie já, é o metano, que pode ser transformado em GNV, utilizado para abastecimento de veículos. E há outros também. A Folhito, num segundo momento, vai purificar esses gases e colocar a disposição do mercado. Temos muito a evoluir nesse sentido.

Wink: O que não pode faltar no dia a dia de vocês?

Rodolfo: Um bom desafio. É de extrema importância. Nós movimentamos 570 toneladas de material por dia. É um belo volume. E isso gera incomodação também. Cada dia os problemas são diferentes, e isso gera desafios diários.

Compartilhar conteúdo

PUBLICIDADE

Sugestão de pauta

Tem alguma informação que pode virar notícia no Jornal Nova Geração? Envie pra gente.

Leia mais: