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ECONOMIA E NEGÓCIOS

Languiru confirma venda de frigorífico para a JBS

Planta produtiva renderá R$ 80 milhões para a cooperativa, mais a projeção de R$ 120 milhões nos próximos cinco anos em investimentos na estrutura. Assinatura do contrato de venda deve ocorrer em até 90 dias

Assinatura de protocolo encaminha definição da venda do frigorífico de suínos para a JBS. (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

O plano de reestruturação de uma das maiores cooperativas gaúchas entra em uma nova fase. A venda do frigorífico de suínos da Languiru, localizado em Poço das Antas, foi anunciada nessa terça-feira, 21. A multinacional JBS pagará R$ 80 milhões pela planta produtiva, além da promessa do investimento de R$ 120 milhões em cinco anos, para modernização da estrutura.

O fator determinante para o avanço do negócio foi a assinatura do protocolo de intenções entre a JBS e o governo do Estado, para utilização de créditos tributários no pagamento. Com isso, as tratativas avançam para a análise da documentação. A empresa estipula um prazo de 90 dias para concluir o processo e, com a compra oficializada, a unidade deve voltar a operar, por meio da subsidiária Seara Alimentos.

A perspectiva da cooperativa é utilizar o valor para reativar operações como agrocenter, fábrica de rações e produção de frangos, para torná-los lucrativos. A partir disso, deve ser consolidado o plano de pagamento de credores, previsto para ser apresentado no início de 2024.

Volta de 400 empregos

Para a comunidade de Poço das Antas, fica a expectativa da retomada da maior empresa do município e a volta das vagas de emprego fechadas com o frigorífico. “Quando reabrirmos a unidade, nós vamos buscar todos os colaboradores que antes estavam lá e oferecer para retornar”, diz o CEO da Seara, João Campos.

A projeção é contratar 400 funcionários para a retomada da operação, que será retomada com o processamento de 1,2 mil suínos por dia, mas com potencial para quase triplicar a quantia – cerca de 3,4 mil cortes diários. O grupo prevê o reinício das atividades para março do ano que vem.

O governador Eduardo Leite celebrou os investimentos previstos pela multinacional e indicou que o projeto para a utilização dos créditos será votado ainda em 2023. “Estamos felizes com esse desdobramento, que atende a uma grande ansiedade da região”, disse. A aprovação da proposta, encaminhada à Assembleia Legislativa na semana passada, deve oportunizar outros negócios semelhantes, com foco no setor da proteína animal.

União de esforços

O liquidante da Languiru, Paulo Birck, garantiu que, a partir da abertura das tratativas, os produtores serão chamados para que a cooperativa apresente a proposta da JBS e debata a negociação. E citou a Cooperativa dos Suinocultores dos Vales (Coosuval) como uma possível aliada na retomada da unidade. “Eles serão importantes, porque detém os leitões e as matrizes, então também precisarão estar incorporados.”

Birck também destacou a participação em outros segmentos, como o de aves. “A Languiru vai ser parceira do grupo JBS na fabricação de toda a ração do segmento de suínos. Já estamos conversando para avançar com uma parceria no setor de frangos, que também vai ser algo importante pra região”, acrescentou.

A pressa da JBS é um aspecto que o liquidante trata como fundamental para a concretização do negócio. “O frigorífico está parado há quase cinco meses. Enquanto mais tempo parado, maior a necessidade de investimento para retomar.” Ele ainda citou que as licenças e autorizações para operação, e as garantias financeiras estão encaminhadas.

Números

R$ 200 milhões

será o investimento total da JBS

R$ 80 milhões

vão para a compra do frigorífico

R$ 120 milhões

estão previstos em melhorias na planta

400 pessoas

serão contratadas para retomar as atividades

1,2 mil suínos

devem ser processados por dia na unidade

Sobre a JBS

Fundada em 1953, em Goiânia, a empresa tem cerca de 17 mil funcionários no Rio Grande do Sul e movimenta 1,56% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No Brasil, a multinacional possui 152 mil colaboradores – é a maior empregadora do país.

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