A Languiru convocou os associados para assembleia geral extraordinária no dia 29 de abril. No encontro, ocorrerá a eleição e posse de todos os membros do Conselho de Administração da cooperativa. Ainda sem uma posição oficial sobre a renúncia do presidente Dirceu Bayer, a chamada aos associados indica a troca da diretoria.
A assembleia está agendada em terceira e última convocação para as 8h30min, na Associação dos Funcionários. O edital de convocação também cita que os associados devem deliberar sobre a Reforma Estatutária, do Conselho de Administração; e a consolidação do Estatuto Social.
CONFIRA EDITAL DE CONVOCAÇÃO NA ÍNTEGRA
A cooperativa também confirmou a renúncia do presidente Dirceu Bayer, além do vice-presidente, e todo o Conselho de Administração.
De acordo com a nota, a Superintêndencia Administrativa, Comercial e Financeira e a Superintendência Industrial e de Fomento Agropecuário passam a responder temporariamente pela cooperativa.
Vinte anos na presidência
Bayer assumiu como presidente em 2002, ano em que a cooperativa enfrentava problemas financeiros. Auxiliou na reconstrução da Languiru, em período marcado pela reformulação estrutural e funcional. Foi nesse período em que se fortaleceu o parque industrial próprio, com ciclo completo da cadeia produtiva em aves, suínos e leite.
Nos anos de 2021 e 22, os prejuízos levaram a um descompasso nas contas. Em um diagnóstico apresentado a bancos credores, a Languiru detalha perdas no segmento aves e suínos. Juntos, somam R$ 274 milhões.
Pelos argumentos da direção, esses números são resultado da instabilidade no segmento de proteína animal. O que faz o quadro ser mais crítico são os R$ 300 milhões de investimentos feitos nos últimos cinco anos. Houve expansão de linhas, atualização tecnológica das plantas industriais, entrada em novos negócios, sem o resultado esperado.
Na semana da assembleia de prestação de contas, ocorrida em 30 de março, relatórios das finanças mostravam que os compromissos com os bancos credores alcançavam R$ 780 mil. As dívidas com terceirizados, fornecedores, transportadores e outros somavam R$ 1,1 bilhão.