Jornal Nova Geração

CRISE NA COOPERATIVA

Languiru quer apresentar dados da auditoria até março de 2024

Há o projeto de zerar prejuízo mensal até o fim do ano. Acumulado em 2023 aponta perdas de R$ 400 milhões. Em setembro, prejuízo foi de R$ 7 milhões. Dívida chega a R$ 1,1 bilhão. Pagamento de credores deve iniciar em março

Auditoria deve ser concluída até abril do ano que vem, quando os resultados serão apresentados aos associados (Foto: Arquivo A Hora)

A Languiru avança com a auditoria investigativa nas contas da cooperativa, iniciada em setembro. Os associados aprovaram em julho a contratação de uma empresa para apurar as ações de gestões anteriores e acompanhar as atividades da liquidação. O período analisado é de 2018 até 2022.

A auditoria deve ser concluída até a assembleia no mês de março, no máximo em abril. Serão feitos levantamentos da situação econômica e a análise dos resultados por atividade, dos 59 CNPJs da cooperativa, muitos deles já encerrados. Uma prévia dos trabalhos aponta que em 2018 a Languiru apresentava os primeiros problemas de gestão. Um canal de denúncias via e-mail foi disponibilizado: [email protected].

Em entrevista à Rádio A Hora 102.9, o ex-presidente da Languiru e atual liquidante, Paulo Roberto Birck detalhou o processo extrajudicial e apresentou números da cooperativa. Ele também destacou redução do prejuízo mensal com enxugamento das operações.

Em maio, o déficit chegou a R$ 40 milhões, enquanto no mês de setembro, último com balanço fechado, o prejuízo foi de R$ 7 milhões. No acumulado do ano são cerca de R$ 400 milhões de perdas. “Em outubro vamos fechar com menos prejuízo. Serão dez meses para chegar no 0 a 0”, explica.

O gestor destaca que a venda de ativos permite investir nos negócios mantidos: agrocenter, frango, leite, fábricas de rações e grãos. Nestes segmentos, projeta receita mensal de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões. “Nós vamos voltar à origem da cooperativa, com produção e campo”, diz Birck.

Dívida e pagamento

A cooperativa Languiru publicou em 23 de outubro a listagem com valores em haver com fornecedores, associados e prestadores de serviço. Outro documento especifica as dívidas com instituições financeiras e fundos. As relações podem ser acessadas em liquidacao.languiru.com.br.

De 1º de novembro até 15 de dezembro será aberto prazo para credores contestarem possível inconsistência nos valores. Caso o montante esteja de acordo, basta aguardar o início do pagamento com plano a ser divulgado, possivelmente em março.

O liquidante relata que há produtores associados os quais reivindicam valores que não constam em documentos. Portanto, não há como pagar. “A cooperativa foi conduzida como se fosse o negócio do presidente”, comenta.

A soma total das dívidas listadas chega a quase R$ 1,1 bilhão. São R$ 742 milhões com instituições financeiras e fundos. Deste montante, R$ 240 milhões foram emprestados sem garantia, o que chama atenção dos gestores. Isto é objeto de investigação, e relatórios são conferidos.
Com fornecedores, associados e prestadores de serviço o valor é de R$ 330 milhões, sendo que 1,5% dos credores concentram R$ 213 milhões destas dívidas.

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