Jornal Nova Geração

CRISE NA COOPERATIVA

Liquidação e auditoria: rumos da Languiru nas mãos dos associados

Assembleia geral extraordinária desta terça-feira define o futuro da organização. Diretoria consulta cooperados sobre liquidação e auditoria para apurar os motivos que levaram ao colapso. Segundo presidente, há indícios de irregularidade

Foto: Alexandre Miorim

A Languiru aguarda associados para Assembleia Extraordinária na manhã desta terça-feira, 18, na Associação dos Funcionários. Como pauta principal na ordem do dia, o ingresso da cooperativa em estágio de liquidação extrajudicial. A terceira e última convocação está programada para as 8h30.
Os tópicos que serão discutidos na reunião, o andamento das negociações e o atual cenário da organização foram analisados na manhã de ontem, na programação da Rádio 102.9. O programa Frente e Verso, contou com a participação do presidente Paulo Birck, e os advogados Evandro Weisheimer e Luiz Otávio da Roma.
Sobre a proposta da atual gestão de iniciar o processo de liquidação, Birck defende o procediemtno como a alternativa existente para a Languiru conseguir manter as operações, avançar nas negociações para a venda de ativos e estabelecer um plano de pagamento das dívidas. Afirma que é a orientação prestada por especialistas da área judicial, como a medida viável a uma cooperativa nessas condições, conforme prevê a Lei das Cooperativas.
Se aprovada pelos associados, o estágio de liquidação fornecerá segurança jurídica, de modo a evitar novos bloqueios de caixa e perda de patrimônio devido a ações movidas por credores. Sem essa condição, explica Birck, ficaria impossível continuar com as atividades e comprometeria a venda de ativos, afastando possíveis interessados nas negociações.
“Trabalhamos há algum tempo com essa possibilidade. Em algum momento a gente precisaria proteger o patrimônio e ter essa segurança jurídica”, revela Birck. Conforme o presidente, os bloqueios de caixa no início deste mês, a partir de ações movidas por credores, forçaram o encaminhamento da estratégia.
“Esse é um procedimento que tem como objetivo não chegar à extinção da cooperativa”, sustenta Weissheimer. Para ele, consiste em uma situação transitória, com intuito de permitir a continuidade de todas as atividades em andamento, visto que os efeitos da medida cautelar obtida no início do mês tem prazo determinado. O período de liquidação é de um ano, renovável por mais um.
A assembleia também inclui exposição sobre o atua cenário da Languiru e balanço dos dois primeiros meses da atual gestão. Se aprovado o processo de liquidação, será feita a destituição da presidência e conselhos, para eleição de um Liquidante e formação de um novo Conselho Fiscal. O atual presidente coloca o nome para assumir a nova função à frente da cooperativa.
Auditoria investigativa

A diretoria também vai propor a realização de uma auditoria contábil externa para investigar os motivos que levaram a organização ao colapso atual. Se forem constatadas ilicitudes ou irregularidades, será possível anular a aprovação de prestações de contas da gestão anterior.

“Se a auditoria comprovar e for possível nós anularmos a prestação de contas de 2022 por alguma irregularidade. Sai das costas de todos os associados essa perda, e passam a responder cível e criminalmente a administração e o conselho fiscal daquela época”, disse Paulo Birck.

O atual presidente argumenta que há “indícios” desde 2018 de condutas que culminaram na crise existente hoje. Cita situações envolvendo o arrendamento do frigorífico de bovinos, em que o recurso disponível para a compra definitiva teria sofrido “desvio de finalidade”, bem como a apresentação de valores que entrariam somente em 2023 nos resultados de 2022.

“Não foi de uma hora para a outra. Foi se empurrando com a barriga, até onde deu, até chegar a este colapso”, afirmou.

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