Os cinco municípios somam, juntos, 48.702 pessoas que precisam se vacinar contra a covid-19. Deste montante, cerca de 1,5 mil ainda não receberam a primeira dose e 4,9 mil estão com a segunda dose em atraso. Desinformação, descrédito na eficácia da vacina e falta de atenção podem ser motivos que levam a população a não procurar pelo imunizante.
Em Estrela, a enfermeira Ana Carolina Pádua Lopes conta que os idosos são exemplo na busca pela vacina, enquanto é baixa a adesão pelos jovens de 18 a 24 anos. “Isso ocorre por não saberem que precisam fazer ou por não se atentarem ao prazo da segunda dose. Algumas pessoas também têm descrença na vacina. Acreditamos que seja isso, pois a imunização ocorre quase diariamente.”
Conforme Ana, uma nova onda de casos ocorre na Europa. “A vacina é um pacto coletivo de saúde, não é uma escolha individual. É com a imunização que se quebra a cadeia do vírus, diminui a pandemia e o número de mutações. Por isso, reforço: o importante é iniciar e completar o esquema vacinal.”
Intercâmbio
O Ministério da Saúde recomenda que a dose de reforço seja feita com a Pfizer. Segundo a enfermeira, municípios têm usado a Pfizer para completar o esquema vacinal de casos em que a segunda dose do mesmo imunizante da primeira aplicação estava em falta. Em Estrela, para a dose 1 e 2 são utilizadas as mesmas vacinas e para as terceiras doses são aplicadas a Pfizer. “Se for feita a intercambiabilidade, precisa ser respeitado o intervalo do laboratório de 28 dias para Coronavac ou 8 semanas para Pfizer e AstraZeneca. Existe risco de não se vacinar. Então, o ideal é que as pessoas completem o esquema vacinal e, após 5 meses, apliquem a dose reforço”, salienta.
Número de pessoas que ainda não se vacinaram
| Município | População | Faixa Etária | 1ª dose | 2ª dose |
| Estrela | 27.700 | + 12 anos | 944 | 3.176 |
| Bom Retiro do Sul | 12.390 | + 12 anos | Cerca de 200 | 908 |
| Fazenda Vilanova | 3.668 | + 12 anos | 290 | 409 |
| Colinas | 2.165 | + 18 anos | Cerca de 50 | Cerca de 75 |
| Imigrante | 2.759 | +10 anos | 47 | 397 |
Hospital Estrela desativa leitos
Na quarta-feira, 1º, o Hospital Estrela (HE) desativou os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis para atender casos específicos de covid-19. A decisão foi em virtude dos poucos casos de internações e de mortes nos dois últimos meses e pelo aumento do volume de internações clínicas e cirúrgicas.
A UTI Covid começou a funcionar em abril de 2020 com 20 leitos. No dia 23 de novembro, 50% dos leitos estavam ocupados, sendo 20% pacientes com covid-19. Conforme o gerente Administrativo, Johnnie Locatelli, a partir de agosto houve uma redução importante, tanto na Unidade de Internação, quanto na UTI. “Em função disso, não se justifica manter uma estrutura completa para receber um ou dois pacientes, número médio registrado atualmente”, afirma.
Com isso, o HE volta a destinar esses leitos para as internações clínicas e para viabilizar a realização de cirurgias, em especial as eletivas. Segundo Locatelli, a casa de saúde é referência no Sistema Único de Saúde (SUS) em cirurgia geral eletiva para cerca de 30 municípios do Vale do Taquari. Até então, os procedimentos foram suspensos para priorizar as demandas decorrentes do coronavírus.
“Devido à pandemia, os pacientes ficaram quase dois anos aguardando por cirurgias. Nesse período, alguns casos se agravaram e os procedimentos tiveram que ser realizados na urgência, mas a fila tornou-se ainda mais extensa. A retomada do agendamento cirúrgico já se iniciou de forma restrita no mês de setembro, porém o avanço ainda depende do retorno das estruturas, conforme o Plano de Contingência”, explica.
De acordo com o gerente Administrativo, todo o paciente de covid continuará sendo atendido no HE, com internação em quarto isolado, de acordo com os protocolos de segurança necessários. “Se necessitar de UTI, o hospital recorrerá à Central de Regulação, que vai permanecer com espaços exclusivos para tratamento de pacientes com síndrome respiratória aguda. Se, ainda assim, houver carência de vagas, teremos condições de manter os pacientes em box de isolamento na UTI”, salienta.
Dados de ocupação (jan a out/2021)
– 484 pacientes foram internados com Covid;
– Redução de 40,96% nas internações nos meses de agosto, setembro e outubro em relação ao período de janeiro a julho;
– Redução de 83,33% dos óbitos nos meses de agosto, setembro e outubro em relação ao ao período de janeiro a julho.
