Jornal Nova Geração

Opinião

Airton Engster dos Santos

O Livro das Profissões de Estrela do início do Século XX

No início do século XX, a Intendência de Estrela, em sua meticulosa documentação, registrava as atividades econômicas que moldavam a paisagem urbana e rural do município. Nesse livro histórico, um verdadeiro tesouro para os estudiosos da época, encontramos um panorama detalhado das localidades, profissões e os impostos associados a cada uma dessas atividades, que contribuíam para os cofres públicos do município.

Desde os moinhos que trituravam os grãos até os alambiques que destilavam aguardente, passando pelas serrarias que transformavam troncos em tábuas, e as selarias que confeccionavam arreios para os cavalos, cada ofício deixava sua marca na economia local.

Negócios diversos, como ferrarias, funilarias, curtumes, olarias e fabricantes de vassouras, eram parte integrante do cotidiano, enquanto alfaiates, carpinteiros, sapateiros e marceneiros exerciam suas habilidades artesanais. Até mesmo as pequenas atividades, como a barbearia e a confeitaria, não escapavam da tributação.

Diversidade econômica se refletia nos produtos de consumo

A diversidade econômica também se refletia nos produtos de consumo, desde os vinhos e cervejas produzidos localmente até os serviços de transporte com carroças. Os agricultores, fundamentais para o abastecimento alimentar da comunidade, também tinham sua parcela de impostos, enquanto os açougues garantiam a distribuição da carne. Até mesmo o comércio de gasosa, uma bebida popular na época, era tributado.

Esses impostos, geralmente pagos em Réis e divididos em duas parcelas ao longo do ano, constituíam a base financeira da Intendência, possibilitando a prestação de serviços públicos essenciais e o desenvolvimento da infraestrutura local.

O livro da Intendência de Estrela do início do século XX registra dados econômicos e revela as dinâmicas sociais e comerciais de uma época em que as atividades artesanais e industriais se entrelaçaram, contribuindo para a construção da identidade e da prosperidade da comunidade.

A Feira Colonial e de Artesanato em 1990

Em maio de 1990, as ruas do município de Estrela ganharam vida com a celebração dos 114 anos de sua fundação. Para marcar tão significativa data, foi organizada a Feira Colonial e de Artesanato, um evento que trouxe à tona as tradições e a riqueza cultural da região.

Com seus 20 estandes adornando a paisagem urbana, a feira se transformou em um verdadeiro paraíso para os apreciadores da autenticidade e da qualidade. Verduras frescas, frutas suculentas, produtos coloniais e artesanatos habilmente confeccionados enchiam os olhos e os sentidos dos visitantes, proporcionando uma experiência única de compra direta do produtor ao consumidor.

Mas a Feira Colonial e de Artesanato não se limitava apenas ao comércio. Ao longo dos dias de celebração, a Praça Henrique Roolaart tornou-se o palco de atividades artísticas e culturais que encantavam a todos. Desde apresentações musicais que ecoavam pela cidade até demonstrações de danças tradicionais, cada momento era uma oportunidade de mergulhar nas raízes e na alma vibrante da comunidade estrelense.

Marlene Ruschel fez importante doação ao Memorial de Estrela

No coração do Memorial Werner Schinke, em Estrela, residem agora dois objetos que contam histórias de vida, paixão e herança cultural. Graças à generosidade da professora de artes aposentada Marlene Ruschel, a memória de seu amado esposo, Mário Ruschel, foi imortalizada por meio da doação de um violino e um relógio de parede, ambos carregados de significado e tradição.

O violino, uma peça que ecoa os acordes de uma juventude cheia de promessas, foi adquirido por Mário em Porto Alegre, quando ainda era um jovem sonhador. Originário das mãos de um antigo músico da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), o instrumento foi utilizado por Mário em suas apresentações no Santuário Santo Antônio e o acompanhou em diversos eventos sociais.

Ao lado do violino, o relógio de parede, uma relíquia que atravessou gerações na família de Mário Ruschel. Com mais de 150 anos de história, este relógio marcava o tempo e testemunhava os momentos de alegria, tristeza e união que permearam a vida de seus antepassados. O legado de Mário Ruschel e de sua família é preservado para as futuras gerações, inspirando e encantando todos aqueles que têm o privilégio de contemplá-los.

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