Jornal Nova Geração

TEUTÔNIA

Mesmo sem aporte financeiro, Languiru mantém operações

Prazo estabelecido pela diretoria para ingresso de recursos expirou no dia 10. Acordo com bancos estaduais possibilita manutenção de parte das atividades. Por outro lado, cooperativa encerra unidades, conforme plano de reestruturação

Em negociação, postos de combustíveis em Teutônia e Westfália não atendem para abastecimento (Foto: Alexandre Miorim)

A suspensão da cobrança da dívida da Languiru por parte de instituições financeiras estaduais permite a manutenção das operações nos setores considerados mais importantes. Apesar da previsão inicial de término das atividades até 10 de junho se não houvesse aporte financeiro imediato, o acordo firmado em reunião com o Estado na semana passada deu tempo à cooperativa.

Na reunião coordenada pelo governador Eduardo Leite no dia 5 deste mês, em Porto Alegre, com a presença da diretoria da Languiru e representantes de órgãos estaduais, os bancos BRDE, Banrisul e Badesul consentiram em estabelecer um período de standstill – mecanismo de paralisação temporária da cobrança.

As dívidas com os bancos vinculados ao Estado, porém, totalizam R$ 123,6 milhões, o que representa cerca de 15 % do montante de R$ 788 milhões dos débitos com instituições financeiras. Isso sem considerar as pendências com fornecedores, que chegam a mais R$ 374 milhões.

No Banco do Brasil, o valor total ultrapassa R$ 139,5 milhões, e na Caixa Econômica Federal, R$ 74,6 milhões. Por isso, há intenção de buscar agendas em Brasília, para também sensibilizar as instituições de âmbito federal. O deputado estadual Elton Weber (PSB) afirma que a Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo (Frencoop) ainda aguarda retorno desses órgãos sobre pedido de reunião.

Novo Recoop

Também integrante da Frencoop, o deputado estadual Edivilson Brum (MDB) tem expectativa quanto à reunião da bancada gaúcha da câmara federal que deve ocorrer em Teutônia, na sede da cooperativa. Ainda sem data, o encontro está previsto para antes do recesso, que inicia na metade de julho. Ele acredita que, após essa atividade, as articulações vão ganhar mais força para solicitar junto ao governo federal auxílio à Languiru e às demais cooperativas em dificuldades no RS.
A intenção da Frente Parlamentar é propor um novo Programa de Revitalização do Setor Cooperativo (Recoop). Criada pela primeira vez em 1998 pelo governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, a medida seria uma forma de promover a recuperação patrimonial das cooperativas agropecuárias, bem como seu saneamento financeiro, em meio à crise do setor da proteína animal.

Operações reduzidas

A Languiru segue com as atividades no Frigorífico de Aves, em Westfália, e no Frigorífico de Suínos, em Poço das Antas. No setor avícola, reduz o volume de abates, com previsão de diminuir de 100 mil para 60 mil por dia até julho. Na suinocultura, são 1,7 mil abates por dia, com redução da quantidade de animais a campo e fim das atividades previsto até o dia 12 de julho.
Dos cinco Agrocenters que seriam descontinuados, conforme anúncio da diretoria da cooperativa em 27 de maio, encerraram as atividades as lojas de Estrela e Venâncio Aires, ainda no mês passado, e a unidade de São Lourenço do Sul, em 9 de junho. Os postos de combustíveis de Teutônia e Westfália seguem em negociações e não atendem para abastecimento.

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