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ESTRELA

Município altera convênio com P.A.+ e hospital teme impactos

Limite de 90 atendimentos diários em clínica aumenta temor de sobrecarga nos serviços do Hospital Estrela. Governo alega ajustes para promover equilíbrio no orçamento da Secretaria de Saúde

Direção do Hospital Estrela teme aumento de procura para casos de baixa complexidade e demora nos atendimentos. Crédito: Felipe Neitzke

A limitação nos atendimentos conveniados entre a administração municipal e a clínica PA+ preocupa profissionais de saúde e comunidade. Com a redução do número de fichas para consultas médicas, há o temor de aumentar a procura por procedimentos básicos no Hospital Estrela, referência em emergência e urgência.

A decisão em limitar para até 90 consultas diárias foi oficializada pela Secretaria de Saúde no início da semana à direção do pronto atendimento. Até então, não havia limite e, segundo a clínica, eram atendidas entre 120 a 150 pessoas por dia.

A medida do governo também impacta em relação aos medicamentos e procedimentos simples que passam a ser cobrados dos pacientes. Ainda de acordo com a direção do PA+, não houve diálogo e as mudanças foram informadas por meio de ofício.

Ontem, no primeiro dia do novo formato de atendimento, as 90 fichas para consultas clínicas custeadas pelo governo acabaram por volta das 14h. Com essa limitação, aumenta o temor de sobrecarga nos serviços do Hospital Estrela.

A casa de saúde desenvolve campanha para orientar a população sobre qual unidade procurar conforme a gravidade do caso. Os gestores do hospital alertam que situações de baixo risco devem ser atendidas nos postos dos bairros (UBSs) ou na clínica PA+.

“Essa alteração anunciada pelo governo pode impactar nossos processos e gerar demora. Os casos urgentes têm prioridade e não queremos comprometer a qualidade dos serviços”, observa o gerente administrativo do Hospital Estrela, Johnnie Locatelli.

Ele reforça que, entre abril e junho, em média foram atendidos 60 pacientes por dia, destes, 90% não eram casos urgentes. Agora, durante o mês de julho esse percentual reduziu para 80%. “Não negamos o atendimento, porém se for absorver esses pacientes podemos ter problemas aqui”, observa o gerente administrativo do hospital.

Para os próximos dias, os gestores das instituições de saúde devem se reunir com a equipe do governo em busca de alternativas para evitar impactos no serviço à comunidade. Em relação às consultas na clínica PA+, ao ultrapassar o limite diário de fichas custeadas pelo município, o atendimento será prestado por convênio com outras organizações ou de forma particular.

Morador organiza protesto

Inconformado com a limitação no número de consultas e a cobrança por procedimentos, o morador do bairro Indústrias, Carlos Júnior Nascimento, organiza ato em frente à sede do governo. “Não concordo com o que é feito para a população. Esse limite de fichas e a cobrança por coisas simples, como uma seringa, são uma afronta para nós.”

Nascimento destaca que o ato em frente à prefeitura deve ocorrer na próxima semana. Segundo ele, mesmo com o serviço dos postos de saúde, à noite ou durante fins de semana, a alternativa era a clínica conveniada.

Equilíbrio do orçamento

A justificativa do governo pela alteração do convênio é o equilíbrio do orçamento diante da queda na arrecadação. O secretário de Saúde, Celso Kaplan, não quis comentar o assunto. Já o chefe de gabinete, Rodrigo Pereira, confirmou se tratar de ajustes para evitar impactos maiores nos serviços à comunidade.

“Pelo que se acompanha não há perdas em relação à qualidade dos atendimentos oferecidos à população, mas foram necessários ajustes para evitar um cenário de restrições”, observa Pereira.

O chefe de gabinete do governo de Estrela também reitera haver tratativas com a direção da clínica PA+. Conforme Pereira, após o envio do ofício, ocorreu reunião para detalhamento da decisão e será mantido o diálogo com os moradores.

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