A região tem passado por vários eventos que têm mexido no bolso dos produtores nos últimos dois anos. Foram duas estiagens severas consecutivas, geada, enchentes de grandes proporções, e a quebra da maior cooperativa do nosso vale.
Se somarmos tudo isso aos baixos preços dos produtos agrícolas pagos aos produtores nesse ano, fica difícil estipular valores que deixam de circular no comércio local. Afinal, o setor primário é a engrenagem mestre ou a locomotiva que arrasta o setor econômico não só aqui, como na grande maioria das regiões do país.
Os municípios terão um impacto gigantesco na arrecadação em função destes problemas todos, principalmente aqueles motivados pela enchente e relacionados à cooperativa que encerra suas atividades deixando os produtores com um rombo a ser coberto.
Não bastasse tudo isso, a perspectiva de um El Niño forte tem tirado o nosso sono. As chuvas em excesso causaram prejuízos enormes à cultura do trigo desta safra. Na maioria dos casos o mesmo será destinado à ração pois não alcançou a qualidade necessária pra fazer farinha e se tornar o pão nosso de cada dia.
O plantio do arroz está muito atrasado devido às inundações. A soja, que normalmente já estaria sendo plantada, também deve sofrer atrasos devido à umidade excessiva e temperatura baixa do solo, dois fatores que propiciam a proliferação de fungos que podem comprometer a germinação.
O produtor precisa ter cautela nesse momento, afinal os custos dos insumos ainda pesam no orçamento em termos percentuais apesar de terem encolhido, pois a remuneração dos produtos, como leite, milho, trigo e soja, diminuiu consideravelmente.
Este sem duvida é um ano desafiador. Temos que ter em mente que é preferível plantar fora da janela ideal, porém, nas melhores condições.
