(Infelizmente) É comum vermos a facilidade com que as telas são disponibilizadas para as crianças. Isso é grave! Há uma série de distúrbios desencadeados através da superexposição precoce, às crianças, das mais diversas telas: sejam elas de celulares e tablets (principalmente), computadores (em geral) e a própria televisão. Tenho ciência do quanto é cômodo disponibilizar estes aparelhos para as crianças para irmos ao encontro dos nossos afazeres domésticos. Mas, devemos ter a ciência do quão maléfico é, para a saúde da criança, colocá-la diante das telas precocemente e este é o objetivo deste artigo!
O desenvolvimento das habilidades, motricidade, da linguagem, emoções e convívio social, das brincadeiras, contato com a natureza, entre outros fatores, fica extremamente comprometido quando a criança troca os elementos acima descritos pela tela dos dispositivos eletrônicos. Mais grave ainda, é o que o uso excessivo das telas, precocemente, provoca ao atingir o córtex pré-frontal: a falta de foco e concentração, o excesso de agitação, são algumas das consequências do retardo no desenvolvimento do córtex pré-frontal, responsável também pela tomada de decisão e juízo.
Dentre outros fatores, desregular o sono também é consequência do uso das telas, não só quando a criança troca o celular pelo sono, mas também quando a luz azul emitida pelo dispositivo engana o cérebro, fazendo o mesmo pensar que é dia, ao invés de noite. A luz inibe a produção de melatonina, hormônio responsável por avisar o corpo que está na hora de descansar, ou seja, desregula o relógio biológico. Se você está acostumado a ler algo na tela do celular antes de dormir, faça uma experiência evitando o seu uso antes do sono para perceber o resultado. No corpo da criança, esse efeito é muito mais acentuado.
A depressão, a ansiedade e em alguns casos, a agressividade, também são fatores que o uso excessivo das telas provoca nas crianças. Como dito anteriormente, a Distração Passiva é, ao meu ver, a mais grave das complicações causadas pelo uso excessivo das telas pois, o dano (físico) no córtex pré-frontal irá desencadear na criança um atraso cognitivo, déficit de atenção (falta de foco, que possivelmente precisará de algum remédio para ser controlado, mas não resolvido), consequente déficit de aprendizagem, aumento da impulsividade pela falta de regulação das emoções. O nome Distração Passiva advém do que chamamos de interação passiva, ou seja, ao invés de brincar de acordo com a sua capacidade, habilidade e assim desenvolver-se, a criança “apenas” consome passivamente vídeos e joguinhos na telas, que lhe são impostos, passivamente, a não ativamente através das brincadeiras.
