Estrela é o segundo município mais antigo do Vale do Taquari. Foi pelo Rio Taquari que aqui chegaram os colonizadores que desbravaram a mata virgem e passaram a colonizar esta terra. Os pioneiros da imigração alemã vieram dispostos a enfrentar as dificuldades, que não foram empecilho para cultivarem as tradições que trouxeram da pátria de origem.
Vindos para a Colônia Estrela, os alemães trouxeram também seus costumes, seus gostos, sua cultura, sua tradição. Apegados à terra natal, mantiveram o uso da própria língua, e especialmente no interior, desenvolveram círculos fechados, buscando proteger-se e superar as dificuldades.
É inegável a contribuição da cultura alemã para o desenvolvimento de Estrela. Assumindo a agricultura, os colonos imigrantes conferiram maior dignidade ao trabalho braçal. Reuniam-se em torno da capela católica e também luterana. Davam valor ao ensino e formação das novas gerações, e por isso construíram e sustentaram escolas comunitárias.
Conservavam e transmitiam aos filhos seus costumes, tradição e valores, demonstrados na vivência da fé, no amor ao trabalho, na preservação da unidade familiar e nas festas populares (como música e danças alemãs – trajes característicos, comidas típicas e apresentações artísticas). Foto: Casamento de colonos alemães.
A chegada dos Imigrantes Alemães em Estrela
Os alemães apareceram entre os primeiros imigrantes europeus que vieram para o Brasil. Já em 1824, chegaram a São Leopoldo. Oficialmente, Estrela teve sua colonização alemã iniciada em 1856. Os colonos que em grande número afluíam, vinham de São Leopoldo e de Feliz.
Com o passar dos anos, Estrela passou a atrair migrantes não-agricultores, os quais estabelecendo-se, propiciaram um comércio ativo, o aumento da população local e a formação do primeiro povoado do Alto Taquari.
Conforme entrevista concedida em 1961 por Jacó Horn (nascido em Estrela em 8 de agosto de 1871), num ranchinho de barro, seu pai Pedro Horn arribou-se a Estrela em 1868, procedente da região de São Leopoldo; como não tivesse onde morar, ficou hospedado na residência de Antônio Vitor de Sampaio Menna Barreto (fundador de Estrela), enquanto construía sua casa de pau a pique. No local, havia então somente seis casas. Foto: Família Horn em Estrela.
Comemorações do sesquicentenário da Imigração Alemã em 1974
Em novembro de 1973, esteve em Estrela a Comissão Executiva Estadual dos Festejos do Sesquicentenário da Imigração Alemã (150 Anos), a fim de organizar os festejos de julho de 1974 em nosso município.
Foram recepcionados no gabinete do prefeito Gabriel Mallmann e pela Comissão Municipal do Sesquicentenário. Em seguida, conheceram o museu particular do casal Dr. Werner e Gisela Schinke. Após, a comitiva jantou na Soges, onde teve várias apresentações artísticas.
Em julho de 1974, o Festival do Folclore foi o ponto alto do Sesquicentenário da Imigração Alemã em Estrela, com atrações locais e a participação especial de grupos da Alemanha: Schwaben e Gruppe Verein-Turnjugend Aus Frankenthall. O evento foi filmado pela TV Alemã ZDF – Zweites Deutsches Fernsehen.
Médico Joaquim Lamprecht
O Doutor Joaquim Lamprecht foi cirurgião e clínico geral em Roca Sales, onde se estabeleceu em 1926, vindo da Alemanha. Poucos anos depois, transferiu-se para Marques de Souza.
Em 1935 veio para Estrela, onde permaneceu por 20 anos, mudando-se para Porto Alegre em 1955. Residia próximo ao Hospital de Estrela, na Rua Coronel Müssnich n.º 862, com consultório junto ao Hotel Siepmann.
Diplomou-se na Universidade de Berlim. Trouxe consigo um aparelho de Raio X. Foi sócio fundador da Sociedade de Medicina do Alto Taquari – SMAT, em 1947. Nasceu em 31 de julho de 1892, na Alemanha. Morreu em Porto Alegre, em 12 de janeiro de 1957. Casado em 1928 com Emília Luiza Franzisca Maria Oskara Afrikana Narciss (enfermeira).
Sanitarista Ignez Cecília Horn
A sanitarista Ignez Cecília Horn nasceu em 22 de novembro de 1942. Foi registrada no Posto de Higiene de Estrela em 12 de fevereiro de 1963.
Nomeada pelo governador do Estado Leonel de Moura Brizola, exerceu o cargo de Visitadora Sanitarista, assumindo em 13 de fevereiro de 1963.
Em 22 de maio de 1967, passou a chamar-se Ignez Cecília Engelke, por ter contraído matrimônio.
Aquisição de área para o Porto de Estrela em 1973
Em abril de 1973, foram assinadas as primeiras escrituras relativas à área necessária para a construção do Porto de Estrela e do Entroncamento Rodo-hidro-ferroviário do Rio Taquari.
O ato de transferência de nove propriedades da área considerada de utilidade pública pelo Governo do Estado foi realizado na Prefeitura de Estrela.
O Coronel Paulo Nunes Leal, secretário dos Transportes do Rio Grande do Sul, se fez presente juntamente com o prefeito Gabriel Mallmann e os diretores de DAER, CINTEA, DEPREC e CESA, acompanhando além deste ato de assinaturas, outras atividades.
