A interrupção das obras na ERS-128 gera transtornos e risco iminente aos motoristas. A recuperação da via iniciou em janeiro e paralisou em fevereiro. O resultado são trechos que carecem de sinalização, desnivelamento e buracos na pavimentação e falta de pintura demarcatória.
A obra está avaliada em R$ 1,8 milhão. No entanto, a falta de esclarecimento do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) sobre aspectos da recuperação dos 7 quilômetros no trecho é reclamação por parte dos vereadores e preocupa a comunidade. A reforma deveria ter sido retomada em maio.
A falta de resposta a um requerimento assinado por todos os parlamentares resultou na abertura de processo sobre o assunto no Ministério Público (MP). O autor da ação, vereador João Batista Ferreira (PSB), destaca que a medida se fez necessária pois, além de paralisar a obra, a autarquia não fornecia informações acerca do andamento dos reparos.
O parlamentar declara que, de acordo com o processo, o Daer tem 20 dias para informar quais são os planos de obra. Durante o uso da tribuna na sessão de segunda-feira, 20, os vereadores reforçaram o perigo que é circular na rodovia à noite.
O Executivo afirma que acompanha a solicitação junto à autarquia e que ocorreu duas reuniões sobre o assunto. Eles destacam que repassam as cobranças feitas pela comunidade, e que a resposta da entidade é que a empresa responsável está com muitas demandas.
Segundo a administração, a reperfilagem, ação para regular os níveis da pavimentação, e a pintura demarcatória devem ser feitas em julho.
“Estamos arriscando a vida”
O metalúrgico Diogo Machado da Silva percorre a ERS-128 diariamente. Ele reside em Bom Retiro do Sul e trabalha em Estrela e garante que atravessar a via é um risco iminente. De acordo com ele, a falta de iluminação e sinalização demarcatória são os principais problemas.
“Estava voltando para casa um dia e um caminhão estava vindo na direção contrária. Ele não percebeu que estava invadindo a minha pista, pois é uma curva e não está marcada. Quase batemos de frente”, relata Diogo.
Ele ressalta que essa não foi a única vez que ele correu risco e destaca que é uma reclamação constante por parte da população. O metalúrgico também fala sobre a falta de acostamento no local. “Se um caminhão chega a bater ou quebrar, fica parado ali, é um risco frequente”.
Retomada em julho
O Daer informa que as obras devem ser retomadas entre final de julho e início de agosto. A justificativa da paralisação é que os trabalhos estão concentrados em outras rodovias, como a ERS-124, em Montenegro, e RSC-287.
A autarquia ainda destaca que o cronograma de obras sofreu alterações devido ao grande volume de chuvas. Eles apontam que o excesso de umidade e baixa temperatura impedem que serviços com massa asfáltica sejam executados. A temperatura mínima exigida é de 10 graus.