Começa, nesta sexta-feira, 26, o horário eleitoral gratuito obrigatório no rádio e na televisão. Serão quatro blocos, veiculados de segunda-feira a sábado, com 25 minutos de propaganda onde candidatos poderão apresentar propostas, ideias e pedir voto ao eleitor. A exibição vai até 29 de setembro, quando restarão três dias para o primeiro turno das eleições.
A veiculação do horário eleitoral é obrigatória nas emissoras de rádio e também nos canais de televisão com sinal aberto. O tempo destinado a cada coligação – nas disputas majoritárias – e aos partidos e federações levam em consideração a representatividade das siglas no Congresso Nacional a partir do resultado da última eleição, em 2018.
Mesmo com o avanço das redes sociais e de muitos candidatos fortalecerem a atuação digital, o eleitor ainda pode tomar decisões baseado nas comparações entre os concorrentes que veiculam na propaganda da TV e rádio. Na avaliação do cientista político Fredi Camargo, a ferramenta continua importante dentro de uma campanha eleitoral.
“São canais muito utilizados sobretudo para a comparação. É ali que o eleitor consegue acompanhar, num mesmo momento, candidatos de diferentes espectros ideológicos. Na rede social, é um pouco diferente. Já na TV, quem assiste a propaganda o faz pensando nisso, de ver como eles se comportam e a partir daí, pode tomar uma decisão”, salienta.
Camargo também pontua que muitas pesquisas de intenção de voto são encomendadas por veículos de comunicação e campanhas justamente após o início da propaganda eleitoral gratuita. “É um canal aberto e um período importante para a medição da opinião pública”, cita.
Corrida presidencial
Na disputa para o Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá o maior tempo de propaganda, com três minutos e 39 segundos. Isso ocorre porque a coligação, formada por duas federações e outros quatro partidos, dispõe da maior quantidade de deputados eleitos no pleito passado na comparação com outras candidaturas.
O atual presidente e candidato a reeleição, Jair Bolsonaro (PL), terá o segundo maior tempo de rádio e TV, com dois minutos e 38 segundos. Ele coligou com outros dois partidos, o PP e o Republicanos. Depois, aparecem Simone Tebet (MDB), com dois minutos e 20 segundos, e Soraya Thronicke (União Brasil), com dois minutos e 10 segundos.
Quatro candidatos não terão acesso à propaganda gratuita porque seus partidos não alcançaram a cláusula de barreira em 2018. Camargo avalia que esta medida tem duas interpretações, e uma delas não dialoga com o propósito do horário eleitoral ser um espaço aberto. “Até que ponto damos brecha democrática para que todos se manifestem, se temos ferramentas impeditivas?”, questiona.
Disputa estadual
Na corrida ao Palácio Piratini, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) dispõe do maior espaço no horário eleitoral gratuito. Serão 3 minutos e 44 segundos para apresentação de propostas ao eleitor. É mais do que o dobro do tempo dos principais concorrentes, Edegar Pretto (PT) e Onyx Lorenzoni (PL), que terão um minuto e 33 segundos e um minuto e 31 segundos, respectivamente.
Ana Amélia Lemos (PSD) também se beneficiou com o amplo espaço destinado aos partidos da chapa encabeçada por Leite e terá o maior tempo de propaganda na disputa ao Senado. Será um minuto e 54 segundos, quase metade dos cinco minutos previstos no bloco voltado aos concorrentes ao cargo.
Nas eleições proporcionais, o União Brasil terá o maior tempo voltado à propaganda de seus candidatos a deputado estadual e federal. Na sequência, aparecem a Federação PT-PCdoB-PV, o PP, a Federação PSDB-Cidadania e o PSD. Na outra ponta, alguns partidos terão menos de 15 segundos em seus espaços para candidatos pedirem voto ao eleitor.
Grade da Rádio A Hora
Por conta da propaganda eleitoral obrigatória, a Rádio A Hora terá modificações em sua grade de horários. O bloco das 7h será veiculado dentro do programa “A Hora Bom Dia”, de segunda a sábado, enquanto a edição das 12h vai interromper a programação de “O Vale em Pauta”, de segunda a sexta, e também do “Pauta de Sábado”, aos sábados.
Além disso, de domingo a domingo, as inserções obrigatórias de partidos e candidatos veicularão junto aos blocos comerciais da emissora. Elas somam, no total, uma hora e 10 minutos por dia e tem duração mais curta, entre 30 e 60 segundos. Pela legislação eleitoral, devem ser veiculadas das 5h até meia-noite e são distribuídas em três blocos de audiência.
