Jornal Nova Geração

ASSEMBLEIA DA AMVAT

Prefeitos recorrem à Famurs em busca de solução ao piso da enfermagem

Gestores temem impactos nas contas e no atendimento em hospitais e clínicas. Presidente da Amvat entende que municípios não tem como bancar com os custos adicionais

Assembleia na Casa do Morro discutiu sobre estratégia regional frente ao impacto do piso salarial nos cofres públicos. Crédito: Mateus Souza

A aprovação do novo piso salarial da enfermagem foi um dos temas principais da reunião de ontem da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). O assunto tira o sono dos prefeitos, que estudam como minimizar o impacto aos cofres públicos. A entidade vai recorrer à Famurs na luta para evitar um colapso nas contas e também nos serviços de saúde.

O encontro, ocorrido na Casa do Morro, em Cruzeiro do Sul, foi marcado por queixas dos gestores à maneira como o tema foi discutido e votado em Brasília, sem que municípios e hospitais fossem consultados. Segundo o presidente da Amvat e prefeito de Colinas, Sandro Herrmann, os prejuízos podem ser maiores num longo prazo.

“Precisamos ter uma segurança de que não vamos inviabilizar nossos municípios. Talvez nesse momento alguns tenham condições de arcar com os custos, mas e como fica para daqui dez, 15 anos? Vamos levar nossos anseios e ver com a Famurs como trabalhar para minimizar os prejuízos”, salienta.

Herrmann reitera que os gestores não discutem a importância de uma valorização aos profissionais, mas entende que o novo piso foi decidido “a toque de caixa” no Congresso.

“Precisamos buscar alternativas, de fazer uma complementação aos hospitais e municípios. Os recursos precisam sair de algum lugar e nós não temos mais como mexer em nossos orçamentos”.

Redução nos atendimentos

O presidente da Amvat cita que há “diferentes tamanhos de impactos” e cita o exemplo de Colinas. “Nossos enfermeiros já recebem acima do piso da categoria. A nossa preocupação maior é com os hospitais, as nossas clínicas geriátricas, pois temos responsabilidade com nossos idosos. Mantemos convênios com algumas e não queremos que isso resulte na redução de atendimento”.

Somente na área de abrangência da Amvat, a projeção é de um impacto de pouco mais de R$ 6 milhões por ano, segundo estimativa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Já os hospitais da região devem ter um incremento de R$ 25 milhões nas despesas.

Demissões

Anfitrião da assembleia, o prefeito de Cruzeiro do Sul, João Dullius, também manifestou preocupação com os efeitos nos hospitais. “Estes profissionais são merecedores, mas sabemos que isso vai impactar. Será impossível alguns hospitais não terem que demitir, ou exonerar”, pontua.

O debate sobre o piso salarial da enfermagem será incluído na pauta do próximo workshop da Famurs, que ocorre entre os dias 26 e 27 de setembro, em Porto Alegre. “Precisamos encontrar uma forma de se proteger melhor em relação a isso”, opina o prefeito de Estrela, Elmar Schneider.

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