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VIDA E AMBIENTE

Previsão de chuva alerta para risco de enchente

Caso volume acima dos 200 mm nas cabeceiras do Rio Taquari até domingo se confirme, região pode ter transtornos no fim de semana

Chuva na região começou na noite dessa sexta. Maiores volumes são esperados para este sábado. Setor de hidrologia da Sala de Situação da Sema acredita que volume terá pouca interferência sobre o nível dos rios e arroios. (Foto: Filipe Faleiro)

A região ainda nem superou o trauma dos dias 4 e 5 de setembro e o risco de um novo episódio de enchente mobiliza setores públicos de proteção. Prognósticos da Sala de Situação, ligada a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), e o instituto de meteorologia Metsul, emitiram alertas para chuva forte e temporais dessa sexta-feira até domingo.

Em uma das análises, o meteorologista da Sala de Situação afirma que o acumulado pode superar os 200 milímetros no norte gaúcho. Em menos intensidade sobre localidades dentro da bacia hidrográfica, em cidades por onde passam os rios Carreiro, Antas e Guaporé.

Ainda assim, há condições para tempo severo, com eventual queda de granizo e fortes rajadas de vento. No fim da tarde dessa sexta-feira, o setor de hidrologia da Sala de Situação comunicou as defesas civis que o montante de chuva terá algum impacto sobre o nível da água do Rio Taquari, com pouca chance de entrar na cota de inundação. No Porto de Estrela e Lajeado, o nível é de 19 metros para iniciar o plano de retirada das primeiras famílias de áreas de risco.

Monitoramento e preparo

O comando da Defesa Civil no RS emitiu um alerta aos municípios da região. De acordo com o coordenador da DC na região dos Vales, o coronel Éverton de Souza Dias, os indicativos meteorológicos apontam chuvas mais severas no sul de Santa Catarina, com possibilidade das áreas de instabilidade atingirem a bacia hidrográfica do Taquari/Antas.

“Nossa orientação é monitorar a quantidade de chuva, elevação do nível da água e revisar como estão os planos de contingência. As decisões para retirada de famílias, para ações efetivas, cabe aos municípios. Nós estamos aqui para dar suporte caso extrapole a capacidade das cidades atuarem. Foi isso que aconteceu no início de setembro.”

Na análise de Dias, a catástrofe do início de setembro serviu de aprendizado. Tanto que na próxima semana estão agendadas reuniões com as associações dos municípios do Vale do Taquari e do Rio Pardo para formular o plano de trabalho integrado.

O apagão de informações e dados técnicos durante o episódio passado comprova a necessidade de melhorias, destaca o coronel. “Precisamos ver as tecnologias disponíveis para o monitoramento. Sabemos que isso vem sendo feito, mas é preciso avançar.”

Equipamentos em funcionamento

Conforme o Gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Franco Buffon, os equipamentos na bacia do Taquari/Antas voltaram a funcionar. São 14 réguas digitais que acompanham o comportamento de arroios e rios.

As informações são atualizadas a cada hora e estão disponíveis na internet. De acordo com ele, o serviço geológico cumpre uma tarefa diferente da meteorologia. “Pelo nosso protocolo, atuamos quando o fenômeno está em curso. Fazemos os alertas aos municípios a partir da chuva naquele momento, em que começa a interferir sobre o nível dos rios.”

O trabalho consiste em boletins de risco a partir de dados das áreas de cabeceiras a fim de alertar as autoridades sobre o potencial de inundação. “Por enquanto, não podemos afirmar se teremos ou não mais uma cheia na bacia do Taquari”, diz Buffon.

Apagão de dados

A magnitude da cheia passada danificou aparelhos digitais de monitoramento. Em Muçum, por volta das 19h da segunda-feira, 4 de setembro, os sistemas remotos de análise sobre o nível do rio entraram em colapso.

Essa situação fez com que o próprio governador Eduardo Leite admitisse a necessidade de uma revisão profunda sobre os equipamentos, inclusive abriu possibilidade para investimentos em métodos de previsão, monitoramento e alertas.

Conforme estimativa do Piratini, são cerca de 170 aparelhos. Destes, 40% estariam em funcionamento. Para agilizar os encaminhamentos sobre a requalificação dos sistemas, o governo estadual criou um grupo de trabalho. Até o momento foi identificada a necessidade de investir em radares, estudos técnicos e sistemas à Defesa Civil ser mais efetiva e eficiente.

Entre os projetos em curso está um convênio para uma comunicação mais eficiente direto às comunidades dos municípios. O modelo parte da parceria com a Agência Nacional de Telefonia (Anatel) para o disparo de mensagens de alertas para os celulares em áreas de risco sem necessidade de inscrição prévia.

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