Jornal Nova Geração

ESTRELA

Projeto sugere a construção de edifícios sustentáveis

Proposta integra Trabalho de Conclusão de Curso da arquiteta Tainá Bilhar da Silva

A arquiteta Tainá Bilhar da Silva desenvolveu, durante o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), um projeto que pretende causar menor impacto ambiental na construção civil. Para a profissional, ao passo em que as habitações sociais promovem o direito à moradia e à cidadania, também podem se tornar obras econômicas e mais sustentáveis.

O estudo feito em 2020 para o curso de Arquitetura da Univates, intitulado “VIVENDAS – Habitação de Interesse Social Sustentável em Estrela-RS”, prevê que a construção seja feita no bairro Boa União. Para isso, foi feita uma pesquisa por meio do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP).

“Quando fiz o trabalho, havia uma plantação de soja. Foi muito interessante ter achado este terreno que ficava dentro do território urbano e que não era ocupado por edificações ou vegetações de maior porte. A vegetação que existia foi mantida”, lembra.

Conforme a arquiteta, o ITDP mediu o local e observou se uma edificação ali seria atendida pelo transporte público, comércios e serviços. “Esses são pontos importantes para serem avaliados, sobretudo, quando se pensa em famílias de baixa renda. Com o estudo, quis refletir como a utilização de sistemas construtivos e complementares, mais sustentáveis, promovem maior eficiência de uma habitação. Isso diminui os custos mensais das pessoas e possibilita melhores oportunidades em outros âmbitos da vida”, salienta.

Estrutura

Sistemas sustentáveis como reaproveitamento das águas pluviais e residuais são sugeridos no projeto (Fotos: Reprodução)

O empreendimento foi projetado como um loteamento. As habitações sociais foram divididas pelas faixas 1,1,5, 2 e 3 do até então Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal. Isso porque pelas regras, haveria maior possibilidade da utilização de sistemas sustentáveis nas faixas 2 e 3 do programa. Foram propostas duas tipologias: o edifício e o sobrado.

O edifício tem características mais coletivas com áreas de circulação e lazer compartilhadas. “Nele foi utilizado estrutura mista, pilares e vigas metálicas, laje de vigota treliçada e EPS, e vedações de blocos cerâmicos. É utilizado isolamento térmico assegurado pelas normas brasileiras e sistemas complementares sustentáveis mais comuns, como o reaproveitamento de águas pluviais e residuais”, explica a arquiteta.

Já no sobrado houve uma maior liberdade para a utilização do sistema construtivo steel frame, que reduz o desperdício de materiais na obra, isolamento térmico com lã de vidro, cobertura impermeabilizada com brita permeável drenante e de outros sistemas sustentáveis como produção de energia solar. “Além das habitações, o espaço aberto e as áreas de lazer, foram projetados para que se conectassem ao máximo com o entorno imediato. Isso permite a sociabilidade e maior circulação de pessoas em todas as áreas do loteamento”, pontua.

Viabilidade

Tainá Bilhar da Silva: “O trabalho serve também como uma crítica, já que no Brasil, ainda não existem muitos incentivos para a realização deste modelo de empreendimento.”
(Foto: Arquivo pessoal)

Segundo Tainá, em partes as habitações são viáveis pelos projetos de moradia do governo federal. Quando a pesquisa foi realizada, o Minha Casa Minha Vida, já previa o aquecimento solar da água das casas. No entanto, outros sistemas sustentáveis foram utilizados no estudo, como reaproveitamento das águas pluviais e residuais, geração de energia fotovoltaica, construção em steel frame, que provavelmente não entrariam nos financiamentos.

“O trabalho serve também como uma crítica, já que no Brasil, ainda não existem muitos incentivos para a realização deste modelo de empreendimento. Por isso, acredito que o TCC também é uma forma de expor melhorias para nossa sociedade”, ressalta ela.

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