Jornal Nova Geração

BOM RETIRO DO SUL

Ruínas da Fazenda Pedreira viram patrimônio histórico

Poder público e Univates estudam formas de fazer do local um espaço para ensino da história da região

No local já foram encontrados louça, porcelana, vidro e ferro, aludindo ao cotidiano da presença luso/portuguesa (Foto: Júlia Amaral)

Para garantir e proteger o patrimônio cultural e histórico, a administração municipal fez o tombamento de um imóvel na localidade de Pedreira, denominada de Ruínas da Fazenda Pedreira. Em um estudo da Univates, a data mais provável de construção é 1784. O local fazia parte de um complexo de outras fazendas pertencentes ao município de Taquari, com algumas datadas a partir do século 18.

Em muitos destes locais, como na Fazenda Pedreira, havia a extração de recursos vegetais e minerais que utilizavam mão de obra escrava. Naquela época, eram casas portuárias, comerciais, de mercadorias e também de escravizados. Na localidade em Bom Retiro do Sul, por exemplo, havia uma senzala que servia para o aprisionamento dos escravizados.

Nas intervenções arqueológicas já feitas nas ruínas da Fazenda Pedreira já foram constatados objetos de louça, porcelana, vidro e ferro, que fazem referência ao cotidiano da presença portuguesa no local.

Para o futuro

“Pelo seu valor histórico, arquitetônico e cultural, decidimos pelo tombamento destas ruínas, a fim de proteger e manter viva esta memória para a atual e as futuras gerações”, destaca o secretário de Administração e Planejamento, Carlos Dullius. Ele conta também que no futuro, a administração deseja tornar a Fazenda Pedreira um local de visitação, incentivando o turismo educacional, com a criação de roteiros envolvendo os municípios de Taquari e Fazenda Vilanova, que possuem edificações que formaram este complexo de fazendas.

O processo para efetivar o tombamento começou em março de 2022. No terreno da antiga senzala, há uma casa onde mora o proprietário do local. “Ele vai continuar lá. As ruínas estão tombadas e o tombamento já garante a defesa do bem imóvel”, ressalta Dullius. O tombamento garante que, mesmo que o proprietário venda as ruínas, elas deverão ser conservadas.

O secretário explica que o governo municipal, mesmo tendo o poder de desapropriação pelo interesse público, está avaliando o local com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (IPHAE). Agora, poder público e Univates trabalham juntos para utilizar o local com fins educacionais.

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