A Univates foi palco nesta terça-feira, 14, do 1º Seminário Pensar o Vale Pós-Enchente, que reuniu representantes dos municípios atingidos pela enchente de setembro, além de especialistas da região, estado e país, com um único propósito: debater um plano contra catástrofe.
Ao longo do dia, painéis com diferentes abordagens dialogando ações estratégicas e viáveis de médio e longo prazo para a bacia.
Para o professor de Hidrologia da UFRGS e integrante da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Walter Collischonn, é preciso focar em medidas não estruturais, pois tornam-se mais acessíveis. “As medidas não estruturais são as mais baratas e, na minha opinião, deve-se começar por elas. Zoneamento, monitoramento e sistema de alerta. Após as medidas estruturais, os reservatórios e barragens, que não podem operar sozinhas, precisam de um sistema de monitoramento, de previsão, além de aumentar a capacidade da calha do rio, podem ser saídas”, descreve Collischonn.
Júlio Salecker, mestre em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos e vice-presidente do Comitê Taquari/Antas lembra que um plano de Bacia foi elaborado em 2012, porém, até hoje os 119 municípios que incluem a bacia aguardam por respostas. “É preciso terminar o plano de Bacia criado e entrega para a Sema em 2012. Saíram 28 ações que deveriam ser feitas no Taquari-Antas, mas não colocadas em prática ainda”, ressalta Salecker.
Já o vice-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE), Ranolfo Vieira Junior ressalta a participação do BRDE. “Nossa contribuição é mais universalizada. O estudo é fundamental para buscar soluções”.
Ao longo de todo o dia, discussões e anotações detalhadas, e ao final a elaboração de uma carta com ações propostas para mitigar os efeitos climáticos sobre a bacia hidrográfica Taquari/Antas. Confira os principais pontos.
Na dimensão do Plano de Prevenção e Evacuação
Ampliação do Sistema de Informações e Monitoramento:
- Modernização e expansão das estruturas existentes.
- Instalação de novas estações de monitoramento em afluentes vulneráveis.
- Previsão de enchentes aprimorada para antecipação de informações.
- Responsabilidade: CPRM, SEMA.
Sistema de Gestão Integrado Regional:
- Formação de rede colaborativa envolvendo entidades, municípios e Defesa Civil.
- Fortalecimento da Defesa Civil com planos de contingência e gestão de desastres.
- Elaboração de mapas hidrogeotécnicos, cotas de enchentes, e sistemas de alerta.
- Responsabilidade: Municípios da Bacia, Defesa Civil e entidades regionais.
Instalação de Sistemas de Acompanhamento nos Municípios:
- Identificação de marcas de cheias históricas e instalação de réguas convencionais.
- Criação de níveis de referência com câmeras para acesso público.
- Responsabilidade: Municípios da Bacia.
Promoção da Educação para Prevenção de Desastres:
- Integração de temas nas escolas e famílias.
- Realização de eventos, palestras e treinamentos.
- Cultura de simulados para identificação de falhas.
- Responsabilidade: Municípios da Bacia, Defesa Civil regional.
Dimensão da Ocupação das Margens e Mobilidade Urbana
Fase C do Plano da Bacia Hidrográfica:
- Execução de ações para minimizar impactos das enchentes.
- Responsabilidade: Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica, SEMA.
Planejamento dos Municípios:
- Adaptação dos planos diretores às mudanças climáticas.
- Responsabilidade: Municípios da Bacia, com apoio do Estado do RS.