Jornal Nova Geração

PENSAR O VALE PÓS-ENCHENTE

Seminário aponta prioridades na prevenção de enchentes

Ao longo do dia, discussões e anotações detalhadas, e ao final a elaboração de uma carta com ações propostas para mitigar os efeitos climáticos sobre a bacia hidrográfica Taquari/Antas

Evento reuiu representantes dos municípios atingidos pela enchente de setembro, além de especialistas da região, do estado e do país. (Foto: Filipe Faleiro)

A Univates foi palco nesta terça-feira, 14, do 1º Seminário Pensar o Vale Pós-Enchente, que reuniu representantes dos municípios atingidos pela enchente de setembro, além de especialistas da região, estado e país, com um único propósito: debater um plano contra catástrofe.

Ao longo do dia, painéis com diferentes abordagens dialogando ações estratégicas e viáveis de médio e longo prazo para a bacia.

Para o professor de Hidrologia da UFRGS e integrante da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Walter Collischonn, é preciso focar em medidas não estruturais, pois tornam-se mais acessíveis. “As medidas não estruturais são as mais baratas e, na minha opinião, deve-se começar por elas. Zoneamento, monitoramento e sistema de alerta. Após as medidas estruturais, os reservatórios e barragens, que não podem operar sozinhas, precisam de um sistema de monitoramento, de previsão, além de aumentar a capacidade da calha do rio, podem ser saídas”, descreve Collischonn.

Júlio Salecker, mestre em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos e vice-presidente do Comitê Taquari/Antas lembra que um plano de Bacia foi elaborado em 2012, porém, até hoje os 119 municípios que incluem a bacia aguardam por respostas. “É preciso terminar o plano de Bacia criado e entrega para a Sema em 2012. Saíram 28 ações que deveriam ser feitas no Taquari-Antas, mas não colocadas em prática ainda”, ressalta Salecker.

Já o vice-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE), Ranolfo Vieira Junior ressalta a participação do BRDE. “Nossa contribuição é mais universalizada. O estudo é fundamental para buscar soluções”.

Ao longo de todo o dia, discussões e anotações detalhadas, e ao final a elaboração de uma carta com ações propostas para mitigar os efeitos climáticos sobre a bacia hidrográfica Taquari/Antas. Confira os principais pontos.

Na dimensão do Plano de Prevenção e Evacuação

Ampliação do Sistema de Informações e Monitoramento:

  • Modernização e expansão das estruturas existentes.
  • Instalação de novas estações de monitoramento em afluentes vulneráveis.
  • Previsão de enchentes aprimorada para antecipação de informações.
  • Responsabilidade: CPRM, SEMA.

Sistema de Gestão Integrado Regional:

  • Formação de rede colaborativa envolvendo entidades, municípios e Defesa Civil.
  • Fortalecimento da Defesa Civil com planos de contingência e gestão de desastres.
  • Elaboração de mapas hidrogeotécnicos, cotas de enchentes, e sistemas de alerta.
  • Responsabilidade: Municípios da Bacia, Defesa Civil e entidades regionais.

Instalação de Sistemas de Acompanhamento nos Municípios:

  • Identificação de marcas de cheias históricas e instalação de réguas convencionais.
  • Criação de níveis de referência com câmeras para acesso público.
  • Responsabilidade: Municípios da Bacia.

Promoção da Educação para Prevenção de Desastres:

  • Integração de temas nas escolas e famílias.
  • Realização de eventos, palestras e treinamentos.
  • Cultura de simulados para identificação de falhas.
  • Responsabilidade: Municípios da Bacia, Defesa Civil regional.

Dimensão da Ocupação das Margens e Mobilidade Urbana

Fase C do Plano da Bacia Hidrográfica:

  • Execução de ações para minimizar impactos das enchentes.
  • Responsabilidade: Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica, SEMA.

Planejamento dos Municípios:

  • Adaptação dos planos diretores às mudanças climáticas.
  • Responsabilidade: Municípios da Bacia, com apoio do Estado do RS.
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