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POLÍTICA E CIDADANIA

Seminário busca experiências para enfrentar catástrofes

As ações após inundações em Santa Catarina e em São Paulo servem de referência para evento na região. Programação debate aprendizados após maior enchente na história do RS e ocorre em 14 de novembro. Objetivo é contribuir para um plano de prevenção

Em Muçum, velocidade da correnteza e volume de água trouxe destruição em quase 85% da área urbana habitada na cidade. (Foto: Aldo Lopes)

Como é possível mitigar o impacto das cheias do Rio Taquari? O que é preciso fazer para elevar a segurança no monitoramento e alertas à comunidade? Qual o prejuízo estimado para a economia regional em cada enchente?

Perguntas centrais e que se repetem a cada episódio. Após a inundação dos dias 4 e 5 de setembro, o Grupo A Hora organiza o 1º Seminário Pensar o Vale Pós-Enchente. Evento marcado para a próxima terça-feira, 14 de novembro, no auditório do prédio 7 da Univates. “Ainda estamos apagando ‘incêndios’. Prefeituras, entidades, empresários. Todos trabalhando para se reerguer após a catástrofe. Por isso, precisamos manter esse assunto na mesa, para não esmorecer e ficarmos na mesma.”

Deste modo, acredita ser fundamental haver mais preparo. “Sabemos que o seminário não apresentará soluções mágicas de imediato. Ele será o início para termos um grande plano de prevenção e proteção.”

Entre os detalhes da programação, estão palestras com autoridades de Blumenau (SC), de Piracicaba (SP).

Duas cidades que sofreram com episódios de inundação.
Conforme o diretor do A Hora, o evento tem como um dos propósitos corroborar a premissa de que é preciso organização para evitar novos desastres. De acordo com Weiss, esse será o primeiro de muitos seminários. A partir deste marco, o projeto é tornar o Seminário Pensar o Vale Pós-Enchente um fórum contínuo de debates e ações para mitigar os efeitos das cheias.

Documento regional

Analisar sistemas de proteção, de monitoramento e alerta. A partir disso, detalhar projetos que podem ser executados, tais como represas, diques e muros de contenção. “Temos de observar onde estamos, e quais etapas precisamos ultrapassar para termos um plano estruturado.”

Como resultado, o seminário tem a missão de elaborar uma “Carta do Vale do Taquari”. Funcionaria como um guia às ações futuras. Segundo Weiss, é preciso sustentar as decisões com base em dados e evidências, para que as estratégias sejam fundamentadas e eficazes.

Neste documento constarão os próximos passos e ações concretas para enfrentar os desastres naturais na bacia do Taquari/Antas, com assinatura de representantes do setor produtivo, especialistas e autoridades públicas.

Questões como quem lidera cada iniciativa, os prazos e como fiscalizar estão no resumo dos objetivos. “A ‘Carta do Vale do Taquari’ representará um compromisso conjunto à proteção das cidades e da população”, acredita o diretor do A Hora, Adair Weiss.

Como mitigar perdas?

Confira detalhes dos processos adotados em cidades que sofreram com catástrofes.

Vale do Itajaí – Blumenau

A região catarinense é dotada de morros e vales. Em 2008, aconteceu a chamada “Tragédia de Novembro”. As chuvas causaram uma inundação sem precedentes no Vale do Itajaí, afetando Blumenau e várias outras cidades da região.

Pela magnitude da catástrofe, foi preciso um esforço significativo de reconstrução e prevenção de futuros desastres. Desde então, Blumenau mantém uma rede de atuação para alertas precoces, com infraestrutura de contenção e monitoramento constante.

O Vale do Itajaí é suscetível a eventos climáticos extremos, como enchentes e deslizamentos de terra, devido à sua topografia e incidência de chuvas. Como medidas foram criados:

  1.  Monitoramento e Alerta Antecipado:
    Sistemas de monitoramento meteorológico e hidrológico para fornecer alertas antecipados de enchentes e deslizamentos.
  2. Infraestrutura de defesa:
    O plano incluiu a construção de barragens e diques, além de melhorias na drenagem urbana.
  3.  Uso do Solo:
    A revisão das regras de uso do solo para evitar a ocupação de áreas de alto risco. O planejamento urbano incorporou áreas de preservação ambiental e restringiu a construção em áreas vulneráveis.
  4.  Treinamento e conscientização:
    Mudar a cultura local com programas de conscientização para informar os moradores sobre medidas de segurança e a importância do monitoramento meteorológico.
  5.  Integração em situações de emergência:
    Parcerias com agências governamentais, organizações não-governamentais e instituições de pesquisa foram fortalecidas para garantir uma resposta coordenada.

 

Piracicaba – São Paulo

Município se tornou referência em termos de preparação e resiliência diante de desastres naturais. A cidade, situada às margens do rio Piracicaba, enfrentou enchentes recorrentes. Para proteger a população e a infraestrutura urbana, foi desenvolvido um plano de prevenção de desastres.

 

 

 

Medidas:

  1. Investimento em alerta:
    Sistemas de alerta e acompanhamento das condições hidrometeorológicas. Isso antecipou a retirada das comunidades.
  2. Infraestrutura de contenção:
    Construção de barragens e canais de drenagem para reduzir as inundações nas áreas urbanas.
  3. Planejamento urbano:
    Mudanças no Plano Diretor, com a identificação e restrição de áreas de risco, bem como a promoção de práticas de construção mais seguras.
  4.  Treinamento:
    Campanhas educativas sobre como agir em situações de enchentes. Com um trabalho de conscientização sobre o acompanhamento das informações climáticas.
  5.  Esforço contínuo e resultados:
    O plano de prevenção trouxe uma redução no impacto das enchentes. No entanto, a cidade reconhece que a prevenção de desastres é um esforço contínuo, com uma necessidade de aprimorar o plano, com mais tecnologias e novas políticas frente ao controle dos episódios.
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