Jornal Nova Geração

ESTRELA

Separação incorreta de lixos seco e orgânico dificulta coleta seletiva

Localidades do interior são as mais afetadas. Órgãos responsáveis atentam para a conscientização da comunidade acerca do assunto

A frequência da coleta seletiva virou um problema para os moradores do bairro Novo Paraíso. O recolhimento feito semanalmente resulta em sacos de lixo acumulados em frente às casas e na beira das estradas. De acordo com os moradores, desde o ano passado, diversos protocolos foram abertos para que o recolhimento seja feito pelo menos duas vezes na semana.

Os lixos jogados na beira das estradas não é problema exclusivo do bairro Novo Paraíso. Em novembro do último ano, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Condema) recolheu quase 6 mil quilos de resíduos no trecho da ERS-129, Estrada Transantarita. Na oportunidade, a diretora do Departamento de Meio Ambiente Tanara Schmidt destacou que em caso de dúvidas sobre o descarte correto de resíduos, a orientação é procurar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade (Sedis).

Estradas em direção às localidades do interior, como ao Arroio do Ouro, e locais com muita mata também sofrem com o descarte irregular. Moradores reclamam do acúmulo de entulhos no Parque da Lagoa, na mata próxima à Comunidade Cristo Rei e também no bairro das Indústrias. “A gente nota que as pessoas jogam em qualquer canto o que estraga em casa. Jogam animais mortos, lixo orgânico e eletrônicos”, relata uma moradora.

Desde 2018, a mesma empresa garante a coleta seletiva no município. De acordo com o diretor de Meio Ambiente da Secretaria de Infraestrutura Urbana, Gaspar Franco, os roteiros são ajustados conforme a necessidade de recolhimento nos bairros. A contar do início da prestação do serviço, a rodagem dos caminhões de coleta aumentou cerca de 350 quilômetros.

“Acompanho diariamente os trajetos dos cinco caminhões. Andar 350 quilômetros em uma cidade como Estrela é rodar bastante. Destes 350 quilômetros, 260 são para recolhimento de lixo seco”, explica.

Em relação à coleta nas zonas rurais, somente o lixo seco é recolhido. O diretor esclarece que as propriedades do interior devem ter composteiras para o descarte de lixo orgânico. De acordo com ele, o acúmulo de lixos nessas regiões ocorre porque a população não separa o lixo corretamente e acarreta na dificuldade da coleta seletiva. “Não se pode simplesmente recolher tudo o que colocam para descarte. Por isso temos que ter consciência e por isso temos um cronograma de coleta”.

Mudanças

O novo Código de Posturas do município, aprovado pela Câmara de Vereadores em dezembro de 2021, destaca novas diretrizes acerca da limpeza urbana. Dentre elas, a Administração Municipal se responsabiliza pela colocação de lixeiras. O custo de instalação e manutenção será adicionado à taxa de coleta de lixo.

Equipes da Secretaria de Infraestrutura Urbana começaram a fazer o mapeamento para avaliar em quais pontos serão necessárias essas instalações e quais os melhores tipos de lixeira. A pretensão é concluir o serviço até o final deste ano.

Além disso, com o aumento do lixo irregular no último ano, o Executivo pretende diminuir o tempo de recolhimento dos lixos verdes e entulhos para 7 dias. Atualmente, o serviço é feito quinzenalmente, dividido em dois grupos. Para auxiliar na inspeção desta demanda, um edital para a contratação de fiscais será aberto.

Conscientizar a população

Apesar destas medidas, o diretor de Meio Ambiente alerta para a diminuição do lixo seco e aumento do lixo orgânico na coleta seletiva e que isso é consequência da falta de educação sobre o meio ambiente. De acordo com ele, isto ocorre porque a população não separa os lixos, o que resulta em um volume maior de descarte orgânico. Desde 2021, o volume de resíduos aumentou em 5%, resultando em 500 toneladas por mês.

A Sala Verde Manoel Ribeiro Pontes Filho, instituição ligada ao Departamento de Meio Ambiente de Estrela, promove ações com a finalidade de auxiliar na educação ambiental. Dentre elas, encontros mensais para orientações sobre a coleta de lixo serão retomados a partir do início do ano letivo nas escolas de ensino fundamental. A fim de atingir também o público adulto, campanhas informativas sobre tratamento de lixo e a contribuição da comunidade serão distribuídas para a população.

Em reforço às atividades orientativas, um estudo para instalação de ecopontos, que são pontos de entrega de resíduos, e melhorias das lixeiras do município, estão em andamento. Além disso, no dia 12 de março ocorre o primeiro drive thru do Dia D, ação que visa recolher resíduos que não podem ser descartados na coleta seletiva, como eletrônicos, pilhas e lâmpadas.

O coordenador da Sala Verde, Cleberton Bianchini, destaca que é de suma importância que a comunidade contribua com a separação correta dos lixos para que seja feito um trabalho efetivo. “O município vem trabalhando em ações para aumentar a reciclagem dos resíduos e diminuir a quantidade de lixo enviado ao aterro sanitário. No entanto, dependemos da participação e comprometimento de toda a população”, afirma.

O coordenador ainda reforça que a entidade irá atuar coletivamente em busca de soluções para esta demanda, mas que o melhor caminho segue sendo a consciência da comunidade.

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