Jornal Nova Geração

CONEXÃO

Tecnologia como aliada no processo de ensino-aprendizagem

Atividades de contraturno permitem que crianças de diferentes contextos possam trabalhar com recursos que estimulam a inovação e o pensamento científico

Estudantes usam caneta 3D para reforçar conhecimentos e obter competências importantes para seu desenvolvimento (Foto: Marcelo Grisa)

Daniela dos Santos e Yasmin Fontana trabalham concentradas com uma caneta impressora 3D. Elas fazem modelos circulares que pretendem simular os planetas do sistema solar. Como o filamento é fino, elas planejam fazer um modelo em que possam pendurar os “planetas” feitos de plástico. As duas sorriem quando falam da possibilidade de colocar isso em prática.

Enquanto isso, em outras mesas, uma instrutora mostra o funcionamento de uma mesa de corte a laser. No mesmo ambiente, outros três alunos tentam fazer um robô com peças de encaixe e um controlador. O desafio é subir uma rampa de madeira. Essas atividades fazem parte de projeto do Serviço Social da Indústria (Sesi) de Estrela, desenvolvido no FabLearn.

Estudantes da EMEF Cônego Sereno Hugo Wolkmer, Daniela e Yasmin ressaltam que a experiência permite a elas não apenas o contato com os equipamentos, mas o aprendizado em equipe. “Fazer sozinho não é tão legal quanto fazer em dupla. Em dupla a gente tem o apoio de um amigo”, aponta Yasmin.

Daniela e Yasmin estão entre os alunos do contraturno tecnológico do Sesi Estrela. Há cerca de um mês, a turma iniciou as aulas no FabLearn. O projeto começou em âmbito estadual na unidade de Farroupilha em agosto de 2022 e agora chega ao Vale do Taquari.

A convivência no contraturno também une diferentes públicos: além dos alunos da rede público, como os da Cônego ou da EMEF Leo Joas, também estão na turma delas crianças que estudam em colégios particulares como o Santo Antônio (CSA) e o Martin Luther (CML).

Vicente trabalha com um robô enquanto a instrutora Vanessa passa informações de outro projeto aos colegas (Foto: Marcelo Grisa)w

Conhecimento de mão dupla

O estímulo entre os participantes do FabLearn também chega às famílias. Daniela espera ansiosa pela chegada de uma caneta 3D que seu pai comprou pela internet. “Meus pais gostam bastante de aprender comigo, saber o que estou fazendo aqui”, diz.

Vicente da Silva Rocha é o mais novo da turma do FabLearn em Estrela. Com apenas 8 anos, ele se aventura com a programação dos robôs. “Eu conto tudo para os meus pais. Eu já sei fazer sites também. É bem divertido, e eu aprendo a fazer coisas bem difíceis”, orgulha-se.

Os pais, Ricardo e Cristiane, se mostram satisfeitos com a experiência do filho no novo ambiente. Segundo eles, é perceptível o entusiasmo de Vicente com a perspectiva de botar a mão na massa e aprender cada vez mais. “Muitas vezes nós acabamos aprendendo com ele e até mesmo pesquisando mais em casa sobre alguns assuntos que mais chamam a atenção dele e nossa”, lembra Cristiane.

Cristiane e Ricardo afirmam que o filho Vicente (abaixo, à direita) aprende e também os ensina (Foto: Arquivo Pessoal)

Aprimoramento constante

Vanessa Beatriz Barth Barbosa é a instrutora do FabLearn do Sesi Estrela. Ela atua na unidade há cerca de cinco anos. O constante aprimoramento da educadora permitiu a ela assumir o desafio da implantação dos novos equipamentos. “Meu desenvolvimento como profissional não para. Agora eu vou a outras unidades para ter formações e entender melhor como funcionam cada uma dessas tecnologias que a gente emprega aqui”, afirma.

Para Vanessa, o mais importante na preparação para trazer os estudantes ao FabLearn é poder ajudá-los a alcançar a grandeza e possam se maravilhar com o que aprendem. “A receptividade deles tem sido maravilhosa. A cada dia que eles chegam aqui, é possível ver que eles já pensam de forma diferente do anterior”, relata.

A analista de educação do Sesi Estrela, Eline Limons, aponta que modelos não formais de educação, como os aplicados no contraturno tecnológico com o FabLearn e outras iniciativas, buscam desenvolver por inteiro as crianças. “Não basta apenas o conhecimento científico, mas também a expressão, a execução de tarefas, o trabalho em equipe, etc. Assim, eles sabem que existe um mundo de possibilidades desde agora, e podem construir uma realidade melhor daqui para frente”, aponta.

A instrutora Vanessa Barth Barbosa orienta as crianças para que usem ferramentas com cuidado, sempre com equipamentos de proteção (Foto: Marcelo Grisa)
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