Jornal Nova Geração

NEVASCA NO CHILE

Tempo retém turistas da região na Cordilheira dos Andes

Acúmulo de neve bloqueou rodovias e fronteiras. Sem condições de voltar, moradores de Estrela ficaram isolados na alfândega por quatro dias. Eles foram transferidos para Santiago, onde aguardam retorno ao Brasil

Após dias de tensão e sem perspectiva de retorno ao Brasil, turistas do Vale passeiam em Santiago

A semana foi de apreensão para 34 turistas do Vale do Taquari retidos devido à forte nevasca na fronteira entre o Chile e a Argentina, na Cordilheira dos Andes. A camada de gelo superou um metro de altura e bloqueou a rodovia Rota 60 em diferentes pontos, inclusive no interior da cidade argentina de Mendoza. As primeiras 32 horas foram de condições extremas e escassez de alimentos aos gaúchos, que foram transferidos para Santigado. O retorno ao Brasil segue indefinido.

O grupo, integrado em sua maioria por moradores de Estrela e Teutônia, saiu do Vale do Taquari no dia 6. Passou por Mendonza e estava a caminho de Santiago do Chile, onde ficaria por quatro dias e depois retornaria para Mendonza, antes da volta ao Rio Grande do Sul. Devido à intempérie, os turistas brasileiros foram retidos no sábado, 9, em um abrigo na alfândega da região de Paso de Los Libertadores, próximo do túnel internacional Cristo Redentor.

Os primeiros dias foram tensão, com falta de alimentação e em condições extremas numa temperatura de -18°C. “Ficamos três dias sem banho, as condições no início eram complicadas, não havia assistência por parte do governo local”, conta Gerson Henrich da Silva, de Estrela, que viaja com a esposa e a filha de seis anos. Ele relata que a maioria dos passageiros são idosos, entre eles uma mulher de 84 anos, o que aumentou a preocupação. No período, ele optou em dormir no ônibus, devido ao sistema de ar condicionado do veículo.

Na terça-feira, 12, os brasileiros foram levados para Santiago. A primeira etapa do transporte foi em caminhões militares até a base de Los Andes. O restante do percurso até Capital chilena se deu em ônibus de turismo. Ainda sem data de retorno ao Brasil, mas, agora, bem acomodados, eles aproveitaram a quinta-feira, 14, para fazer passeios em Santiago. “Nós estamos bem aqui no hotel, com muito conforto. Saímos cedo para um passeio no Viña del Mar e Valparaíso”, conta uma das integrantes do grupo Lia Bittencourt Mendes Kich. Segundo ele, a agência de viagens está providenciando o retorno. “Assim que estiver tudo acertado, nos comunicarão”.

Maior nevasca em décadas

Os institutos de meteorologia do Chile consideram essa como uma das maiores nevascas desde 1971. Essa também é a percepção do casal Ivan e Cristiane Pretto, de Teutônia. Eles fazem o passeio pelas cordilheiras há 15 anos, seja de carro ou de moto. Desta vez, concluíram o trajeto na terça-feira, 14.

“Em uma das viagens totalizamos mais de 11 mil quilômetros. Nós passamos pela área onde está o grupo do Vale. Desde o fim de semana ficou muito forte a neve, escapamos em tempo”, comenta Pretto. O casal conta que é comum os bloqueios de estradas, mas não desta forma em que viajantes ficam isolados.

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