Jornal Nova Geração

OPINIÃO

Urbanização do meio rural

"[...] produtores têm perdido cada vez mais seu espaço para chácaras ou sítios, que não geram retorno para o município e por vezes causam transtornos para quem vive exclusivamente da produção agrícola”

Tenho observado nos últimos anos um crescimento expressivo da urbanização do nosso interior, o que me causa uma preocupação com o setor produtivo, que tem sido cada vez mais espremido, sendo muitas vezes obrigado a encerrar sua atividade por conta das complicações que este processo traz.

É necessária uma reflexão, pois se esta expansão continuar nesse ritmo, provavelmente daqui a dez ou quinze anos a produção primária, que hoje é responsável por uma parcela significativa na receita da grande maioria dos municípios do Vale do Taquari, entrará em colapso.

Qualquer cidadão que resolve abrir uma empresa na zona rural precisa fazer um estudo de viabilidade para verificar se aquela atividade pode ou não ser instalada naquele local, e não deixa de estar correto este procedimento. E um sítio de lazer pode ser construído ao lado de uma propriedade leiteira? Fica o questionamento.

O interior de nosso município possui, em todas as suas localidades, propriedades estabelecidas com estruturas de produção licenciadas para sua atividade econômica, que tanto contribui com a geração de receita aos cofres públicos. Esses produtores têm perdido cada vez mais seu espaço para chácaras ou sítios, que não geram retorno para o município e por vezes causam transtornos para quem vive exclusivamente da produção agrícola.
As propriedades rurais hoje são verdadeiras empresas familiares e fundamentais para que se tenha alimentos na gôndola do supermercado. Então qual seria a solução então para o convívio pacífico do rural, com o urbano nessa situação?

A meu ver, o comprador deve estar ciente que no meio onde ele está adquirindo uma área de lazer (sitio ou chácara) há uma atividade produtiva já estabelecida que ela deve ser respeitada. Ou então, a administração deve observar esta questão na próxima reforma do plano diretor do município, definindo alguns parâmetros para proteger a produção primaria antes que ela acabe.

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