Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, divulgados na manhã de ontem, indicam estabilidade na geração de vagas de trabalho na região.
Em julho, o saldo positivo foi de 644. É a sétima alta consecutiva. De janeiro até o mês passado, os 38 municípios do Vale criaram 4,6 mil postos de trabalho. Apenas uma cidade teve um resultado nulo. Em Coqueiro Baixo o número de demissões empatou com o de admissões.
Significa que 37 municípios tiveram resultados positivos. Os dados por setor produtivo são feitos em termos nacionais ou por estado. Ainda assim, pela análise regional, o desempenho positivo se deve ao setor de serviços e a indústria, maiores empregadores. Quando se avalia os últimos 12 meses, o Vale soma 6.237 postos de trabalho criados.
Emprego formal
A região tem mais de 107 mil pessoas com carteira assinada, conforme dados de julho. Para o vice-presidente da Federasul, Renato Lauri Scheffler, esse total mostra um alto índice de formalização do trabalho.
“Existe informalidade. Pessoas que optam por virar microempreendedores. Mas se avaliarmos a população geral, tirando pensionistas, aposentados e crianças. Veremos que estamos perto dos 40% de mão de obra com carteira assinada.”
Para ele, isso mostra uma característica regional, de relações de trabalho consolidadas, além de um potencial para aumentar esse percentual. “Há espaço para mais contratações. No dia a dia vemos empresários que nos relatam dificuldade em fechar as equipes.”
De acordo com Scheffler, a dinâmica da economia regional garante uma certa sustentação na empregabilidade. “Temos uma indústria alimentícia muito forte. Quando esse setor está em alta, com abertura de novos postos de trabalho, provoca aumento na demanda dos serviços e do comércio.”
Qualificação
O vice-presidente da Federasul alerta para a necessidade de qualificação. Como a região se aproxima do pleno emprego, a maior dificuldade é com relação ao nível de profissionalização dos trabalhadores. “Vemos empresas que buscam profissionais em outras cidades e regiões pois há escassez dentro do Vale.”
Essa dificuldade atinge a mecânica de Eduardo Persch. O estabelecimento fica no bairro Conventos, em Lajeado. “Nos últimos seis, sete meses, abrimos seleção para mecânico automotivo. Conseguimos dois funcionários. Em pouco tempo, eles deixaram a empresa.”
Hoje, são dois profissionais atuando na empresa. “Continuamos com vagas abertas e está bem difícil de contratar. A maioria dos candidatos não tem o conhecimento ou a formação necessária.”
Como resultado, por vezes precisa negar trabalhos. “Temos clientes que chegam, e pedem certa urgência. Como não vamos conseguir atender o prazo, infelizmente preciso declinar do serviço.”
Saldo do Caged nas 38 cidades da região
Janeiro 638
Fevereiro 1.248
Março 626
Abril 319
Maio 522
Junho 603
Julho 644
