Jornal Nova Geração

VALE DO TAQUARI

Vale registra 48 mortes e nove pessoas seguem desaparecidas

Três vítimas são da microrregião, sendo duas de Estrela. Buscas estão concentrados em Colinas, com atuação de batalhões militares de outros estados

Buscas têm a participação dos Bombeiros Militares de diversos estados e de bombeiros da região. Crédito: Rodrigo Ziebell/Divulgação

A enchente histórica que destruiu bairros e cidades, também foi a responsável por 48 mortes no Vale do Taquari. Na microrregião, três pessoas morreram. Duas delas no bairro das Indústrias, em Estrela, em uma distância de menos de 100 metros. O outro óbito foi registrado em Imigrante.

Ao mesmo tempo, seguem as buscas por desaparecidos. O município de Colinas concentra a maior parte dos trabalhos, com a participação de Bombeiros Militares do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em algumas áreas com maior acúmulo de entulho, são utilizados cães farejadores, e até os voos de urubus ajudam a sinalizar sobre a presença de corpos.

A base no município está localizada junto à Secretaria da Educação, enquanto a Univates, em Lajeado, sedia o controle em nível regional. Em diversos momentos homens do Exército se somam ao grupos para verificação nos pontos suspeitos. Para monitorar o trabalho das equipes é utilizado um sistema de GPS.

A Polícia Civil mantém uma lista atualizada com o número de desaparecidos. Na microrregião não há pessoas sem identificação, mas Arroio do Meio (1), Encantado (1), Lajeado (2), Muçum (3) e Roca Sales (2), ainda tem moradores que não foram encontrados.

“Perdi o chão”

Uma das vítimas na microrregião foi a aposentada Zenaide Bueno, 49. Ela era natural de Alpestre, morava em Estrela desde os 15 anos, era casada e deixa uma filha de 29 anos. Quem conta é a mãe, Maria Rosa Bueno, 72. “Ela vinha aqui nos visitar todos os dias”, diz. A matriarca tem outros nove filhos, um deles falecido, e todos vivem na vizinhança ou em bairros próximos.

O irmão mais velho, Selvino Bueno, 53, foi quem encontrou a irmã. Em determinado momento, entre a noite da terça e a manhã da quarta, familiares foram em busca de Zenaide, que não conseguiu retornar para casa, na rua João Inácio Sulzbach, no bairro das Indústrias. “Perdi o chão”, afirma.

Dentro da família Zenaide era conhecida pela alegria, por gostar de dançar e levar isso para os demais. “Agora não podemos deixar a tristeza tomar conta, ela não ia gostar”, diz Selvino. Questionados se pretendem ficar em Estrela, ambos são diretos. “Dá vontade de pegar e sair, mas não adianta, a lembrança sempre estará com a gente”, completa Maria Rosa.

Demais óbitos

A outra morte em Estrela foi de Moacir Engster, 58, conhecido como Pena Branca, que sofreu uma descarga elétrica na agropecuária da qual era proprietário, no bairro das Indústrias. Ele foi vereador no município entre 1999 e 2003, atuou no setor de trânsito, e era pai de Guilherme Engster, atual secretário de Desenvolvimento Econômico em Teutônia. Em Imigrante, Edi Hofliger Tietz, 77, morreu ao cair no Arroio da Seca.

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