Jornal Nova Geração

CRISE NA LANGUIRU

“Venda de frigorífico para JBS fortalece cadeia de suínos no Vale”, diz Paulo Birck

Segundo liquidante, multinacional deve incorporar todos os produtores, dobrar abates e comprar ração de fábrica da Languiru

Liquidante Paulo Birck (e) (Foto: Rodrigo Gallas)

A venda do frigorífico de suínos da Languiru para a Seara, do Grupo JBS, garante a continuidade e fortalece a cadeia de suínos no Vale do Taquari, destaca o liquidante Paulo Birck. Em entrevista ao programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, ele detalhou o avanço das negociações do plano de reestruturação da cooperativa.

A venda do ativo, localizado em Poço das Antas, foi anunciada na terça-feira, 21, da semana passada. A multinacional JBS pagará R$ 80 milhões pela planta produtiva, além da promessa do investimento de R$ 120 milhões em cinco anos, para modernização da estrutura e ampliação da capacidade produtiva.

Metade do valor está em garantia com bancos, medida necessária para a venda ser executada. A cooperativa receberá R$ 40 milhões. Deste montante, R$ 23,5 milhões serão pagos à vista e o restante, R$ 16,5, parcelado em 36 vezes.

O valor será usado para reativar operações como agrocenter, fábrica de rações e produção de frangos e torná-los lucrativos. A partir disso, deve ser consolidado o plano de pagamento de credores, previsto para ser apresentado no início de 2024. Para Birck, mais importante do que a injeção do recurso, é o modelo da negociação, que prevê reativar produção.

Conforme Birck, a JBS vai adquirir a ração da fábrica da Languiru. São 15 toneladas por mês só para a operação de suínos. A planta tem capacidade para produzir 45 toneladas. Hoje, são cerca de seis. Com a venda de rações para JBS, a produção da fábrica chegará à metade de sua capacidade.  A cooperativa também venderá leitões de sua unidade produtiva, com capacidade de produzir 4 mil por mês. “A Languiru será um integrado da JBS”, explica.

A projeção é contratar 400 funcionários para a retomada da operação, que com o processamento de 1,2 mil suínos por dia, mas com potencial para quase triplicar a quantia – cerca de 3,4 mil cortes diários. O grupo prevê o reinício das atividades para março do ano que vem.

Birck, garantiu que, a partir da abertura das tratativas, os produtores serão chamados para que a cooperativa apresente a proposta da JBS e debata a negociação. E citou a Cooperativa dos Suinocultores dos Vales (Coosuval) como uma possível aliada na retomada da unidade. “O Vale ganha muito. Vai fortalecer nossos produtores.” Ele também destacou a participação em outros segmentos, como o de aves.

Assista a entrevista na íntegra

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